Ciclistas reafirmam que querem paz e harmonia no trânsito de São Paulo

 

Em blogs e redes sociais, usuários da bicicleta como meio de transporte solicitam colaboração dos motoristas de veículos motorizados e mais atenção do poder público

Airton Goes airton@isps.org.br  

“Queremos nosso espaço compartilhado com os veículos motorizados de forma pacífica e harmônica e que o poder público dê mais atenção à bicicleta como meio de transporte.” Desta forma, o ciclista urbano João Paulo Amaral resumiu o desejo dos usuários da bicicleta na cidade de São Paulo.

Organizador do blog Bike Anjo – projeto que estimula a utilização do modal para deslocamentos na cidade, com sugestões de rotas e dicas de segurança –, ele solicita a colaboração dos motoristas para que os ciclistas e pedestres possam utilizar as vias públicas sem medo. “Quando converso com um motorista, pergunto se a pressa [dele] vale uma vida”, relata Amaral, reconhecendo que os ciclistas e pedestres são os elementos mais frágeis no trânsito da cidade. 

Amaral é um dos muitos ciclistas que têm utilizado as redes sociais e os blogs para reafirmar que desejam paz e harmonia no trânsito. As declarações visam demonstrar a discordância do segmento em relação à matéria “Com ‘bicicletadas’, ativistas do ciclismo declaram guerra aos ‘monstroristas’”, publicada pela Folha de S.Paulo na última quarta-feira (9/3).

O texto do jornal, na visão dos ciclistas, pode acirrar ainda mais os ânimos no, já violento, trânsito da cidade. “Que fique claro que nenhum ciclista quer alimentar ódio nas ruas! Ao contrário! queremos PAZ e o direito de pedalar”, rebate uma das mensagens postadas no Twitter.

Os cicloativistas deixam claro que suas criticas são dirigidas apenas contra uma minoria de maus motoristas que colocam em risco não só a vida dos ciclistas, mas também dos pedestres e de outras pessoas no volante. O caso ocorrido em Porto Alegre no dia 25 do mês passado – quando um motorista acelerou e atropelou dezenas de ciclistas durante uma bicicletada – é citado como exemplo. “O que aconteceu ali não é um acidente, é um crime, é uma tentativa de homicídio”, define João Paulo Amaral.

Segundo o organizador do projeto Bike Anjo, o “crime” ocorrido em Porto Alegre “reforça a necessidade de campanhas de educação no trânsito e de aplicação das leis que protegem os não motorizados”.

Dados do Observatório Cidadão da Rede Nossa São Paulo revelam que 45 ocupantes de bicicletas morreram em acidentes de trânsito na capital paulista em 2009 (último dado disponível).  

 

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