“Presidente Dilma Roussef vai cobrar balanço público e periódico das obras da Copa, diz ministro do Esporte” – R7

 

Governo federal também terá "contrato de gestão" com metas para entidades do esporte
Denise Mirás, do R7

Em São Paulo nesta quarta-feira (14) para uma palestra, o ministro Orlando Silva Jr., do Esporte, disse que a presidente Dilma Roussef quer um balanço público e periódico das obras da Copa do Mundo-2014, a ser divulgado de três em três meses. Ele mesmo esteve nas 12 sedes, conversando com prefeitos e governadores sobre três temas básicos – estádios, aeroportos e transporte público –, para fazer um relatório à presidente, que poderá chamar todos para uma reunião conjunta em Brasília.

Cada cidade tem seus problemas, que o ministro não quis detalhar – apenas que Belo Horizonte, por exemplo, tem déficit hoteleiro, e Porto Alegre, outro exemplo, ainda não conta com garantias financeiras exigidas pela Fifa.

Mas, reconhecendo o atraso do início das obras em São Paulo e Natal, disse não acreditar que o número de sedes seja reduzido, porque é de interesse dos políticos que recebam jogos, pela parte financeira e de empregos, por exemplo.

Decisão é da Fifa

No caso de São Paulo, Orlando Silva disse que é “um assunto delicado” mas, sobre o estádio do Corinthians, respondeu à plateia da palestra que “é claro que vai sair!”. Aos repórteres, que confia “no prefeito Gilberto Kassab e no governador Geraldo Alckmin”, quanto à construção do estádio do Corinthians em Itaquera a tempo da abertura da Copa do Mundo de 2014. Em 26 meses “é possível”, nas palavras do ministro.

E, até a Copa das Confederações, em 2013 – com prazo muito inferior a 26 meses – comentou que “o que precisar estar pronto, estará pronto”. Acrescentou que, pelas conversas que ouviu, o início das obras deverá ser em abril.

Serão apresentadas à Fifa quatro cidades como opção para a abertura da Copa. A Fifa é que “tomará a decisão”, disse o ministro. O trabalho é para que São Paulo esteja incluída entre as quatro. E não é uma questão de “predileção” do governo federal, segundo o ministro.

– Não é restrição às outras cidades. São Paulo tem o maior número de vôos internacionais. E isso não é detalhe. Tem aeroportos para aviação executiva. E isso não é detalhe, é objetivo… Tem o maior número de leitos em hoteis. É diferente.
Ainda segundo o ministro, em duas semanas, Ricardo Teixeira, presidente da CBF, deve apresentar um “novo expediente” sobre o estádio de Itaquera, “após a avaliação técnica”.

– Não está longe a aprovação.

Mas durante a palestra no auditório da Uninove, foi o próprio ministro que brincou, falando do estádio do Corinthians em Itaquera.

– Temos dia e hora marcados para a abertura da Copa. Só está faltando o estádio…

Governo vai cobrar do COB

Outra novidade informada por Orlando Silva Jr. Foi com relação a uma nova lei, aprovada pelo Congresso antes do Carnaval e que a presidente Dilma Roussef deverá sancionar nos próximos dias, que “exige planos nacionais de médio prazo” a entidades esportivas como o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e Comitê Para-Olímpico Brasileiro.

– Claro que existe autonomia das entidades. É uma espécie de “contrato de gestão” do Estado com entidades que administram o esporte. Existirão metas a serem cumpridas, com planos a médio prazo.

Quanto a “elefantes brancos”, disse que chega a conversar com representantes de cidades sede, como Cuiabá, para não pensar em estádio de 75 mil lugares se a Fifa exige apenas 45 mil, e que espera um planejamento racional para seu aproveitamento.

– No caso da Copa, se Salvador quer a abertura, pode pensar em instalação provisória. Acabou, diminui de tamanho. No caso da Olimpíada, o Parque Aquático Maria Lenk, por exemplo, construído para ao Pan-2007, em 2016 terá saltos ornamentais e pólo aquático. A natação será em piscina provisória.

Mudanças na gestão de aeroportos

Orlando Silva Jr., em sua palestra, falou de três pontos básicos para Copa e Olimpíada. O primeiro citado foi a infraestrutura, principalmente com relação aos aeroportos que, também segundo o ministro, merecerá intervenção nos próximos dias da presidente Dilma, com a “alteração da gestão dos aeroportos”.

Um segundo ponto é a melhoria dos transportes coletivos nas cidades como meta, em vez do sistema viário, para maior mobilidade humana, que “impacta na qualidade de vida e na saúde” da população.

O terceiro é melhorar a qualificação média dos trabalhadores.

Orlando Silva Jr. também colocou a Olimpíada do Rio de Janeiro-2016 como “ponto de partida para um novo modelo de desenvolvimento do esporte – e sustentável”, e dos reajustes do programa de bolsa-atleta.

– Queremos promover uma relação umbilical entre esporte e educação, de esporte e escola. É estratégico está previsto no PAC 2.

"Sem compadrismos"

Sobre favorecimentos a cidades com ligações com o PCdo B, partido do ministro, como publicado pelo jornal Folha de S.Paulo, Orlando Silva Jr. disse que sua atitude é “impessoal, sem compadrismos, mas pensando em prioridades” e destacou parcerias conversadas à tarde com Jorge Pagura, secretário de Esporte, Lazer e Juventude do governador Alckmin, do PSDB, recebido, com o prefeito Kassab, “há duas semanas, pela presidente Dilma”.

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