“Gargalos na Marginal do Tietê persistem” – Jornal da Tarde

 

LUÍSA ALCALDE
TIAGO DANTAS

Após um ano de sua inauguração, a reforma da Marginal do Tietê não conseguiu acabar com alguns gargalos da via. Há pontos de trânsito lento na pista local, como nas regiões de acessos às pontes e próximas ao Terminal Rodoviário do Tietê e ao Parque do Anhembi. Por conta disso, o motorista pode levar até uma hora para atravessar a via de uma ponta a outra. O ponto positivo é que na pista expressa, o tempo médio gasto para cruzar a marginal caiu 36% em medições feitas pelo Jornal da Tarde.

A reportagem percorreu nesta segunda-feira os 23 quilômetros da via (em cada sentido) no horário de pico da manhã (entre 7h e 10h) e mediu o tempo gasto para percorrer cada uma das pistas nos dois sentidos. Os resultados foram comparados com medições semelhantes feitas em 22 de março de 2010, uma semana antes da inauguração da obra, ainda inacabada, e 29 de março de 2010, a primeira segunda-feira de funcionamento das novas pistas.

Antes da obra, a viagem consumia, em média, 47 minutos pela pista expressa no sentido Castelo Branco. Uma semana depois, o tempo caiu para 37 minutos. Ontem, a média foi de 30. No sentido Ayrton Senna da pista expressa, a travessia levou 38 minutos e meio ontem, 80% mais demorada do que os 21 minutos registrados em março do ano passado. O aumento pode ser explicado pelo tombamento de uma caminhonete próximo à Ponte da Vila Guilherme.

Apesar do acidente, a maior fila da marginal foi formada na pista local, sentido Castelo Branco, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET): 8 quilômetros. A reportagem levou 1 hora para chegar à Ponte dos Remédios, zona oeste, após ter saído do Ponte Aricanduva, zona leste, às 7h53.

“Todo dia é assim. Na expressa dá para ir bem. Mas se tiver que vir pela local vai parar nos acessos para as pontes. Não tem jeito”, disse o caminhoneiro Rubens Tamberini, de 38 anos, que toda semana usa a via para fazer entregas na região de Carapicuíba. Como a entrada e a saída das pontes são próximas, os veículos não conseguem trocar de faixa. “O povo mete a mão na buzina. Tomo o maior cuidado para não bater”, diz a estudante Graziela Monterisi, de 23.

O trânsito também para perto da Rodoviária do Tietê, devido à fila de ônibus que acessam o terminal.

“Seria preciso criar alças maiores, mais compatíveis com o volume de tráfego, evitando que a entrada e saída dos veículos aconteçam quase que no mesmo espaço. Mas para isso seria preciso desapropriar mais”, diz o engenheiro e consultor de trânsito Luiz Célio Bottura, ex-presidente da Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa).

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