Agência Brasil
A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia (UE), propôs nesta segunda-feira, 28 de março, que todos os carros a diesel e a gasolina sejam eliminados das cidades dos 27 países que integram o bloco até 2050. O comissário de Transportes da entidade, Siim Kallas, também elaborou planos para migrar para o transporte ferroviário metade das chamadas jornadas de distância média (a partir de 300 quilômetros) feitas atualmente por automóveis.
Kallas sugeriu ainda corte de 40% nas emissões de carbono promovidas pelo transporte de cargas e o maior uso de combustíveis verdes na aviação. As metas fazem parte do relatório Transporte 2050, apresentado pela Comissão Europeia em Bruxelas (Bélgica).
De acordo com Kallas, o objetivo final do plano de metas é cortar em 60% as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa originárias do setor de transportes e reduzir a dependência do petróleo importado. Para isso, a União Europeia necessitará de uma rede mais ampla e funcional de corredores de transporte, incluindo conexões de trem entre os principais aeroportos do bloco, bem como a modernização e a integração do sistema de controle do tráfego aéreo.
A União Europeia também informou que pretende se tornar líder mundial em segurança de transportes aéreos, ferroviários e marítimos. Segundo Kallas, as medidas não pretendem coibir a mobilidade dos viajantes europeus. “A crença de que você precisa reduzir a mobilidade para combater a mudança climática não é verdadeira”, afirmou o comissário.
Kallas acrescentou que “podemos quebrar a dependência de petróleo do setor de transportes sem sacrificar nossa eficiência ou comprometer a mobilidade. A liberdade de viajar é um direito básico de nossos cidadãos. Reprimir isso não é uma opção”.
Porém, as propostas da Comissão Europeia já são alvo de críticas. O ministro adjunto britânico dos Transportes, Norman Baker, rejeitou a ideia de banir os carros nos centros urbanos. “É correto que a União Europeia estabeleça metas de alto nível para a redução das emissões de carbono, mas não é correto que ela diga como isso deveria ser feito nas cidades”, criticou ele.
Baker defende a adoção de outras medidas, como a promoção de veículos elétricos e de bicicletas, em vez da restrição aos automóveis. Para Richard Dyer, da ONG Friends of the Earth, as propostas de Kallas são bem-vindas, mas falta esclarecer quais investimentos em transporte público serão feitos para concretizá-las.
“Abandonar carros movidos a combustíveis fósseis é uma boa [medida], mas, apesar dos anúncios que rendem boas manchetes de jornais, falta ambição aos planos [da União Europeia] de redução de emissões”, observou Dyer.
Com informações da BBC Brasil.