“O tamanho do problema” – Folha de S.Paulo

 

DE SÃO PAULO

A cidade de São Paulo superou a marca de 7 milhões de veículos, informou ontem o Detran (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo). A frota da cidade, segundo o número consolidado de março, é de 7.012.795.

A cada dia, 607 carros, motos e caminhões entraram em circulação no ano passado.

Com mais carros nas ruas, o trânsito sofre: ontem foi o pior congestionamento do ano na cidade pela manhã -157 km de ruas paradas.

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) atribuiu o trânsito à chuva e a 21 acidentes em vias importantes, como as marginais Tietê e Pinheiros, as avenidas dos Bandeirantes, Paulista e Rubem Berta, entre outras.

A despeito do aumento da frota, a CET disse que a lentidão média na cidade caiu 14% nos últimos três anos. O fenômeno foi atribuído à ampliação da marginal Tietê.

A cidade "caminha para a saturação" de veículos, avalia Jaime Waisman, engenheiro e professor da USP.

"Em um dado momento, vai parar de aumentar e só haverá reposição", afirma.

SIMBÓLICO

Especialistas dizem que, na prática, o número de veículos em circulação é menor.

Um estudo feito por Carlos Eduardo Paiva Cardoso, técnico da CET, mestre em engenharia de transporte pela USP e doutor em serviço social pela PUC-SP, já chegou a estimar que os carros que saíam às ruas diariamente na cidade equivaliam a um terço do número oficial do Detran.

A própria Prefeitura de São Paulo definiu que a frota alvo da inspeção veicular no ano passado era de 4,7 milhões -sendo que poucos são isentos, como os de "placa preta" (automóveis antigos com as características originais).

Segundo técnicos, as diferenças da frota real em circulação para a cadastrada no Detran têm vários motivos.

Um exemplo são os veículos que saíram de circulação por acidentes e não tiveram a baixa registrada no Detran.

Há ainda carros antigos (muitos dos quais podem estar quebrados) e os que ficam mais tempo na garagem, usados só em finais de semana.

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