“Diálogos sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos” – Instituto Ethos

 

A Tetra Pak e o Cempre, em parceria com a Envolverde, realizam o evento "Diálogos – Política Nacional de Resíduos Sólidos – Embalagens Pós-Consumo e Responsabilidade Compartilhada". O debate, que será realizado no dia 13 de abril, das 8h às 13h, contará com a presença de representantes de empresas, governo e entidades sociais, além de renomados jornalistas. A programação já está disponível no site do evento: www.envolverde.com.br/dialogos.  

Para o diretor do Cempre, André Vilhena, a maior vantagem que a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) traz é acabar com o conflito entre leis locais, pois até então “em cada lugar se dizia uma coisa”. Ele aponta que boa parte das empresas brasileiras se relaciona de alguma forma com a questão dos resíduos, portanto há muito que comemorar com esse ordenamento.

A reciclagem há tempos faz do Brasil um exemplo para os países em desenvolvimento, não só pelos números de resíduos coletados, como também por promover a inclusão social de famílias de baixa renda, cada vez mais organizadas em cooperativas de catadores. André Vilhena conclui que “o modelo brasileiro é ajustado ao triple bottom line da sustentabilidade”, e no final reduz o impacto dos materiais no ambiente, por meio de uma atividade econômica que gera inclusão social. O tripé economia, sociedade e ambiente “faz do Brasil uma referência internacional”, frisa Vilhena. “Mas ainda falta organizar essa cadeia”, ressalva.

Ele explica que a as alternativas para a logística reversa são as cooperativas e os pontos de entregar voluntária (PEV), e destaca que esse último é só um adendo ao cenário, pois “a solução passa pela coleta da prefeitura e o apoio às cooperativas”. Afinal, “é no investimento em cooperativas que as empresas fortalecem a perninha social lá do tripé”, justifica Vilhena.

E as empresas parecem ter recebido com bons olhos a chegada de novas obrigações decorrentes da PNRS. “A recepção foi a melhor possível, e inclusive muitas empresas já atuavam com a logística reversa. A aprovação da lei referendou muito do que já vinha sendo feito”, cita Vilhena. Para ele, “o ambiente está mais claro e pode ampliar os investimentos, pois a PNRS dá os caminhos para a gente avançar”.

O diretor do Cempre aposta que “as empresas com visão mais proativa vão influenciar todos os setores”. Segundo ele, ainda resta um grande gargalo hoje, que é a conscientização de cada cidadão para a separação do lixo. Mas a esperança parece maior que o gargalo: “esperamos um salto de qualidade na cadeia de reciclagem e a ampliação do volume de materiais corretamente destinados”.

Por Ana Carolina Amaral

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