“Motoqueiro morre e mata mais na cidade de SP” – Folha de S.Paulo

 

ALENCAR IZIDORO
DE SÃO PAULO

Os motociclistas estão morrendo mais em acidentes viários e matando mais pessoas a pé na capital paulista.

Enquanto a quantidade total de vítimas do trânsito paulistano caiu pelo terceiro ano seguido, as mortes envolvendo motos são as únicas que subiram em 2010.

 

O aumento de motoqueiros mortos foi de 11,7%, revertendo a queda do ano anterior. E eles já representam 35% das pessoas que morrem no trânsito de São Paulo.

Trata-se de um novo recorde –em 2005, eram 23%. O resultado se deu num ano de medidas do prefeito Gilberto Kassab (que anunciou a fundação do PSD) com intenção oposta, de reduzir conflitos com esses veículos e melhorar a segurança viária.

Entre elas, a motofaixa do corredor Vergueiro e a proibição de motos na pista expressa da marginal Tietê.

  Editoria de Arte/Folhapress  

O salto de 428 para 478 motociclistas mortos também foi acompanhado da alta de 123 para 135 atropelamentos com mortes provocados por esses veículos.

Em 2005, havia 64% mais atropelamentos fatais por ônibus que por motos. Cinco anos depois, a situação ficou invertida: 24% mais casos por motos que por ônibus.

Para a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), parte da explicação para os resultados do ano passado no trânsito está na elevação da frota de motocicletas.

Mas ela subiu 7,2% num ano –aquém da piora das mortes. E a quantidade de carros também não para de subir –sem que, com isso, morram mais motoristas.

Segundo a CET, na marginal Tietê as mortes de motoqueiros caíram. O engenheiro Luís Antônio Seraphim avalia que a motofaixa da Vergueiro e a restrição na pista expressa são insuficientes para, sozinhas, ajudar a baixar as mortes na cidade. Ele diz que é preciso fiscalização mais rigorosa para as motos, que escapam de radares.

Kassab planeja mais duas motofaixas –apesar de haver resultados controversos.

Quantidade de acidentes que provocaram as mortes em cada ano

PRIORIDADE

O balanço das mortes é compilado pela CET com dados do IML (Instituto Médico Legal). No total, a quantidade de vítimas em 2010 caiu 1,8% –de 1.382 para 1.357, menor patamar já registrado. Sem os motociclistas, a diminuição teria alcançado 7,9%.

Apesar da queda na totalidade de pedestres mortos, a gestão Kassab considera essas vítimas a prioridade das ações necessárias, por serem quase metade das vítimas.

De 1.357 mortos, 630 estavam a pé. "Por ser a parte mais frágil, são nosso principal foco", diz Marcelo Branco, secretário dos Transportes. Entre as intervenções, ele cita a redução de limites de velocidade e a criação de 4.245 faixas de pedestres no segundo semestre de 2010.

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