Pesquisa a ser divulgada hoje mostra que cada habitante foi responsável por 1,382 kg diário de resíduos em 2010
Estudo de associação de empresas de limpeza pública aponta que a reciclagem "estagnou" em cidades do Sudeste
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO
Apesar do apelo das campanhas para a reciclagem, a produção de lixo pelos paulistas cresce a cada ano.
A pesquisa anual da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), que será divulgada oficialmente hoje, mostra que a geração de resíduos por habitante do Estado subiu 9% em 2010.
Estimativas utilizadas no estudo indicam que, no mesmo período, a população paulista cresceu 1%.
O número preocupa, segundo a própria associação, porque, caso continue a subir, não haverá infraestrutura adequada para acondicionar todos esses dejetos.
De acordo com a pesquisa, cada habitante do Estado gerou 1,265 kg de lixo por dia em 2009, ante 1,382 kg no ano passado.
Como o estudo considera apenas números oficiais, o lixo clandestino- que fica nas ruas, praças ou terrenos baldios e não é coletado- não entra na contabilidade.
Outra revelação é a estagnação da coleta seletiva de resíduos sólidos no Sudeste. Enquanto em 2009 havia a prática da reciclagem em 1.313 municípios- dos 1.668 da região-, em 2010, 1.326 cidades declararam ter alguma iniciativa de reciclagem.
O problema não é só o aumento da geração de lixo, mas onde colocar as toneladas a mais produzidas.
Tanto em 2009 quanto em 2010, os lixões ficaram com 24% do total de lixo coletado em SP. Em termos absolutos, isso equivale, respectivamente, a 11.800 toneladas/ dia e a 13.008 toneladas/dia. O resto está sendo acondicionado em aterros regulares.