Pesquisa realizada pelo Painel Intergovernamental das Nações Unidas (IPCC) aponta para um cenário otimista de que 77 % da energia produzida no mundo até 2050 virá de fontes renováveis, como a biomassa, a energia solar e dos ventos.
O estudo número 164, publicado nesta segunda-feira, 9 de maio, em Abu Dhabi informou que esta estimativa pode resultar na redução de 220 a 560 gigatoneladas de gases causadores do efeito estufa emitidos no meio ambiente, o que manteria o aquecimento global em níveis não tão altos como os previstos pela Convenção do Clima da ONU (a temperatura global pode elevar-se, até o fim do século, em até 2ºC). Com essa redução, as emissões ficariam na concentração de 450 partes por milhão (ppm) na atmosfera.
De acordo com Ramon Pichs, corresponsável pelo relatório desenvolvido por 120 pesquisadores, são os países em desenvolvimento que terão importância significativa para o alcance da meta sugerida.
Estes países concentram uma população de 1,4 bilhão de pessoas sem acesso a energia e que, com a melhoria no desempenho econômico dos Estados, podem se tornar grandes mercados consumidores. "Por isso, países em desenvolvimento têm as melhores condições para o avanço das fontes de energia renováveis", ressaltou.
Análise pessimista
Contudo, este cenário descrito pelos pesquisadores ainda não é o certo. Os analistas do painel prevêem um futuro apenas razoável para as energias renováveis. Em 2008, as alternativas cobriram apenas 13% de toda a geração no mundo e uma visão mais pessimista estima que o percentual das energias até 2050 alcance 15 % das necessidades globais.
Para chegar a tais conclusões, o órgão desenvolveu as pesquisas contando com o crescimento da população, o consumo de energia per capita e a eficiência da produção e consumo de energias.
Em 2009, a energia eólica possuiu um aumento de 30%, a solar relacionada a redes de distribuição teve um acréscimo de 50%, a geotérmica de 4% e a energia solar para aquecimento de água cresceu 20%.
Os dados comprovam que os investimentos feitos têm rendido avanços na economia das nações e que, para chegar aos 80 % dos mais otimistas seria necessário mais financiamento pelos governos: de US$1,3 bilhão a US$5,1 bilhões devem ser empregados no setor até a próxima década.