Índice de saturação do ar na Região Metropolitana não apresentou alteração
Paulo Saldaña – O Estado de S.Paulo
A capital paulista e 32 cidades da Região Metropolitana de São Paulo não apresentaram alterações nas classificações de saturação: continuaram todas com níveis considerados severos.
Das sete cidades que apresentaram saturação nos níveis de Material Particulado (MP), quatro estão na Grande São Paulo – as outras são Santos, Cubatão, na Baixada Santista, e Santa Gertrudes, no interior. Outros municípios na Região Metropolitana aparecem como quase saturados: Santo André, São Bernardo do Campo e Taboão da Serra. "Na Grande São Paulo, o problema principal é o carro", explica o gerente do Departamento de Qualidade Ambiental da Cetesb, Carlos Komatsu.
A cidade de São Paulo, que tem uma rede de 12 estações de medição, foi a única em que há registro de outro gás poluente: o dióxido de nitrogênio (NO2), que apresentou nível de quase saturação. Assim como o ozônio e o Material Particulado, o NO2 é um gás irritante para os pulmões e diminui a resistência às infecções respiratórias.
"A Cetesb expandiu as medidas na cidade, para a Universidade de São Paulo, por exemplo. E como os ventos sopram para a zona oeste (onde está localizada a Cidade Universitária), temos um diagnóstico mais acertado", afirma o professor Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição da USP. "Na verdade, temos um diagnóstico mais acertado em todo o interior do Estado. E vai ficar ainda mais claro com os novos parâmetros."
Melhora. O levantamento de saturação e severidade da Cetesb mostrou que houve melhoras em várias cidades do Estado. Apesar de ter aumentado o número de cidades consideradas saturadas, 12 municípios tiveram melhora na qualidade do ar. A maioria está no entorno de Ribeirão Preto.
Outra boa notícia é que a capital paulista mostrou melhora no nível de monóxido de carbono (CO). Nos últimos três anos não houve extravasamento dos limites desse gás.
PARA ENTENDER
Novo padrão não é usado
A lista de áreas saturadas ainda não leva em conta os novos parâmetros de qualidade do ar aprovados em maio. Com esses padrões mais rígidos, em acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais áreas estariam saturadas – para se ter uma ideia, o nível aceitável hoje de Material Particulado (MP) é três vezes superior ao padrão estipulado. As regras de licenciamento ambiental também serão revistas, afirma a Cetesb.
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