A primeira ciclorrota de São Paulo já está funcionando na zona sul, cortando os bairros do Brooklin, Chácara Santo Antônio e Jardim Cordeiro. São 15 quilômetros ligando os Parques do Cordeiro, na Avenida Professor Vicente Rao, e Severo Gomes, perto da Avenida Santo Amaro, à Avenida Jornalista Roberto Marinho.
A sinalização foi finalizada ontem pela Secretaria Municipal dos Transportes e inclui logo de bicicletas no solo, placas e faixas informando a existência da ciclorrota e alertando os motoristas a reduzirem a velocidade.
Diferentemente de ciclovias, onde o tráfego das bicicletas é isolado, a rota de bicicleta consiste em vias compartilhadas que funcionarão 24 horas por dia. Na prática, o novo serviço é uma forma de a Prefeitura indicar aos motoristas o cumprimento do artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro, que prevê preferência para bicicletas em todas as vias.
A ciclorrota, porém, já é motivo de polêmica. O ponto que poderá causar mais discussão é o limite de velocidade de 30 km/h nessas vias residenciais. A exceção ficará por conta das Ruas Alexandre Dumas e Verbo Divino, onde o limite será de 40 km/h – contam com tráfego mais intenso e servem de passagem de ônibus.
“Lugar de bicicleta é na praia. E 30 km/h para carro é o mesmo que ficar parado”, resumiu o vigilante Dalço Alves, de 47 anos, que vai diariamente ao Brooklin de carro. A opinião é semelhante à do empresário Miguel Souza, de 40, residente no bairro. “A ideia é boa, mas acho difícil funcionar com a quantidade de automóveis que existem na cidade.”
André Pasqualini, da ONG Ciclo BR, afirma que “a iniciativa é boa”. “É um eixo entre bairros que leva em conta ruas arborizadas, com menos tráfego.” A rota, diz, torna oficial algo que os ciclistas já faziam informalmente.
(Márcio Pinho)
