LUÍSA ALCALDE
FABIANO NUNES
A capital será vigiada por mais 500 “olhos eletrônicos” além das cerca de 3 mil câmeras já espalhadas pela cidade. Até o próximo ano deverão ser instalados 500 equipamentos de alta resolução para monitorar a frota de veículos que circulam na capital. Carros de outras localidades, Estados ou municípios que passarem por São Paulo também serão vigiados.
O sistema, que utilizará tecnologia OCR (Optical Character Recognition – Reconhecimento Óptico de Caracteres), fará a leitura das placas e vai capturar as características dos veículos da frota nacional. As informações serão cruzadas com bancos de dados armazenados em centrais de monitoramento.
Em segundos, será possível saber se o carro é roubado, se foi usado em crimes, se está fora do rodízio, não fez a inspeção veicular e licenciamento, se a documentação e impostos estão em dia. As máquinas também poderão multar quem infringir o rodízio ou cometer crimes de trânsito.
As câmeras estarão distribuídas em três grandes circuitos (centro, centro expandido e Marginais do Pinheiros e do Tietê), além de estarem posicionadas onde há concentração de índices de criminalidade e também nas entradas e saídas da cidade, às margens das rodovias.
“Essa ferramenta vai permitir o controle instantâneo da frota, inibir crimes, melhorar o ar emitido pelos automóveis, além de tirar de circulação carros devedores de tributos e, principalmente, ajudar a desafogar o trânsito”, explica o Secretário da Segurança Urbana, Edsom Ortega.
As imagens serão compartilhadas por vários órgãos de segurança ao mesmo tempo, como a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), CPTran, Secretaria Municipal de Segurança Urbana, Detran, Secretaria Estadual da Segurança Pública e as polícias Civil, Militar, Rodoviária e Federal, além da Guarda Civil Metropolitana. Cada um com seu banco de dados na sua central.
O edital da licitação ainda não está pronto, mas deve ser concluído até o próximo semestre. “Quando os estudos técnicos estiverem concluídos, o edital será submetido a audiências públicas para ser debatido com a população”, afirma Ortega.
Uma vez identificadas irregularidades pelas placas dos veículos, um alerta será emitido aos órgãos responsáveis em coibi-las. Se um carro do Paraná ou de Minas Gerais, por exemplo, tiver cometido um crime e vier para São Paulo, poderá ser detectado e interceptado pela polícia. A central estará interligada ao Sistema de Controle de Fronteiras, chamado de Alerta Brasil, da Polícia Federal.
