Nos primeiros seis meses, agentes da prefeitura autuaram apenas 2,2 mil donos de imóveis. Passeios sofrem com falta de manutenção
Márcio Alves, do Metro noticias@band.com.br
Conservar as calçadas é dever dos moradores, mas a prefeitura, responsável pela fiscalização, também não cumpre o seu papel. Nos seis primeiros meses do ano, 700 agentes da prefeitura aplicaram 2,2 mil multas por calçadas mal conservadas, média de três autuações para cada fiscal.
Isso significa que cada agente leva dois meses para autuar um único imóvel. Mesmo levando-se em conta que eles precisam fiscalizar uma série de outras irregularidades, como barulho, entulho na rua e reformas irregulares, o número é muito pequeno. O resultado disso são buracos e desníveis que colocam em risco a população.
A cada ano, 100 mil paulistanos vão parar no hospital depois de sofrerem quedas nas calçadas esburacadas da cidade, segundo estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
“Já prendi meu pé na rua Augusta e caí de joelhos no chão. Quase quebrei o dedo. Desde o ano passado aqueles buracos estão lá”, reclama o auxiliar administrativo Rafael Ramos. Na semana passada, uma mulher perdeu o dedão do pé ao pisar em uma tampa de bueiro que estava solta em uma calçada, na zona sul.
O valor da multa para quem não conserva o passeio na frente do imóvel varia de R$ 102,02 a R$ 204,04 por metro linear, mas pode chegar a R$ 510,01, caso a calçada esteja muito degradada.
A arquiteta Rosana Ferrari, presidente do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), afirma que a prefeitura deveria incentivar os moradores a conservar suas calçadas, e não apenas multar.
