Sete vereadores, incluindo o presidente da Câmara Municipal, deixam o PSDB

 

No anúncio da saída, ex-tucanos não informam se irão para o novo partido do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Especula-se, entretanto, que este será o caminho natural do grupo

Airton Goes airton@isps.org.br

A disputa entre parte dos vereadores tucanos da cidade de São Paulo e o grupo político do atual governador paulista, Geraldo Alckmin, teve um desfecho mais rápido do que a maioria dos observadores políticos esperava. Na tarde de ontem (18/4), integrantes da bancada do PSDB na Câmara Municipal informaram que sete dos 13 parlamentares tucanos estavam deixando o partido e não pouparam críticas à ala que controla a legenda na cidade.

“A facção que comanda o Diretório Municipal [do PSDB] nos obrigou a sair”, denunciou Gilberto Natalini. Segundo ele, o clima dentro do partido ficou insuportável nos últimos 60 dias e a gota d’água foi a reunião do Diretório da última quinta-feira (14/4), quando os parlamentares foram desrespeitados. “A facção destratou sistematicamente os vereadores da capital paulista e não nos deixou outra escolha”, reforçou Natalini.

Ele não informou se o grupo pretende migrar para o novo partido do prefeito Gilberto Kassab, o PSD. “Não sabemos qual será o nosso destino partidário”, disse. Pessoas que acompanham o trabalho dos vereadores avaliam, entretanto, que a ida para a legenda de Kassab é o caminho natural para os ex-tucanos. Pelo calendário eleitoral, os parlamentares têm até o dia 2 de outubro para se filiar a um outro partido e, assim, poderem disputar as eleições do próximo ano.

De acordo com Natalini, o principal motivo para a saída dos vereadores do PSDB foi o difícil relacionamento com o novo presidente do Diretório Municipal, Júlio Semeghini, que é ligado ao governador. O problema, porém, vem desde a última eleição para prefeito de São Paulo, em 2008, quando a maioria dos vereadores tucanos apoiou abertamente Kassab, que era candidato pelo Partido Democratas. Alckmin ficou praticamente sozinho e perdeu a eleição.

O grupo político do governador não esqueceu o fato e, agora que voltou a comandar a legenda na cidade, excluiu os vereadores do processo de escolha da presidência e dos demais cargos do Diretório Municipal do PSDB. 
 
Entre os vereadores que abandonaram o ninho tucano também está o presidente do Legislativo paulistano, José Police Neto, que criticou o governador Geraldo Alckmin. “Ele perdeu o controle do partido.” Police Neto, que militava no PSDB desde a juventude, se mostrou decepcionado com seu ex-partido. “Nosso compromisso era com um partido que tinha um projeto de gestão pública e não com um projeto de poder, como o PSDB se tornou.”

Perda tucana pode cair para seis parlamentares

Embora a lista dos sete vereadores que estariam deixando o partido incluísse o nome de Adolfo Quintas, o parlamentar se encontra fora do país e só deve retornar à Câmara Municipal na quarta-feira (20/4). O líder do PSDB na Casa, Floriano Pesaro, informou que conversou com Quintas, ao telefone, e este lhe garantiu que permanecerá na legenda.

Caso a informação de Pesaro se confirme, o número de tucanos que estão de saída do partido cai para seis. No grupo estão, além de Natalini e Police Neto, os vereadores Dalton Silvano, Juscelino Gadelha, Ricardo Teixeira e Souza Santos.

Permaneceram no PSDB: Floriano Pesaro, Claudinho, Gilson Barreto, Anibal de Freitas, José Rolim e Tião Farias.

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