Pela primeira vez desde 1997, menos da metade dos paulistanos aprova serviço; uso do sistema também é recorde
Mesmo assim, meio de transporte é o mais bem avaliado; entre outros serviços, saúde é o que tem a maior reprovação
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
A ampliação do número de linhas e estações vem trazendo mais gente ao metrô de São Paulo. Ao mesmo tempo, o sistema apresenta falhas constantes, causando transtornos aos usuários e refletindo na avaliação do serviço.
Pesquisa Datafolha revela que nunca os paulistanos tiveram avaliação tão ruim do metrô, meio de transporte adotado por 35% dos moradores, maior taxa da história.
A pesquisa é feita desde 1997 e, pela primeira vez, menos da metade aprova o metrô -47% de "ótimo/bom", queda de sete pontos percentuais desde 2008. Já a reprovação aumentou seis pontos.
Às 7h30 de ontem, véspera de feriado, a arquiteta Ananda Soares, 33, conseguiu entrar no primeiro trem na estação Paraíso. E sentou. "Hoje é um dia muito diferente, porque nunca mais sentei."
Para o garçom Andrés Leite, 27, o sistema também está pior. "Acho que dobrou o movimento de uns dois anos para cá", afirma.
OUTROS SERVIÇOS
O Datafolha perguntou aos usuários sobre como avaliam outros serviços públicos. Saúde foi considerado o principal problema da cidade, seguido por transporte coletivo (15%) e segurança (13%).
Para 60% dos moradores, a saúde é ruim ou péssima -só 12% aprovam o sistema (é a pior avaliação da história). Entre as promessas do prefeito Gilberto Kassab (PSDB) na eleição de 2008 estava construir três hospitais, que ainda não saíram do papel.
Segundo a Secretaria da Saúde, os investimentos da atual gestão permitiram o aumento de 67% na rede de unidades de saúde (de 545 em 2004 para 908 em 2010) e de 39% no número de consultas.
Colaborou RAPHAEL VELEDA
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