“Paulistano perde um mês por ano no trânsito” – Época SP

 

O paulistano perde mais tempo nos congestionamentos e na fila do ônibus, e anda cada vez menos a pé. E, neste cenário, considera que problema do trânsito está se agravando na cidade. Estas são algumas da conclusões da quinta edição da pesquisa sobre mobilidade urbana encomendada pela Rede Nossa São Paulo ao Ibope apresentada nessa quarta-feira, véspera do Dia Mundial Sem Carro.

Após ouvir 805 pessoas, o Ibope identificou que o tempo médio de deslocamento gasto no trânsito diariamente passou de 2h42 em 2010 para 2h49 em 2011. 19% dos entrevistados disseram que perdem mais de 4 horas nos congestionamentos que também atrapalham a vida de quem depende do transporte público. Comparado a pesquisa do ano passado, mais pessoas dizem que aumentou o tempo de espera nos pontos de ônibus. Se antes 34% tinham esta percepção, hoje 47% pensam assim. Com resultados como esse não é de se surpreender que mais da metade (55%) considera o trânsito péssimo.

Durante apresentação dos dados, Oded Grajew, coordenador da Rede Nossa São Paulo, disse que “é como se as pessoas passassem um mês por ano no trânsito”.

A vida dos pedestres não parece fácil, também, apesar da implantação de programa da CET em favor do respeito a faixa de segurança, intensificado nos últimos meses. Está diminuindo a percepção de que os pedestres são respeitados. De 2009 até agora, o percentual de pessoas que pensa desta maneira caiu de 35% para 28% chegando a apenas 21%, neste ano. Assim como é alto o índice (58%) daqueles que dizem que o pedestre tem sido menos respeitado nos últimos meses. O que talvez justifique o fato de ter diminuído o número de pessoas que andam a pé. Dos entrevistados, apenas 35% dizem caminhar para o trabalho ou escola contra 45% no ano passado.

Dos bons números da pesquisa, estão os relacionados a disposição do paulistano mudar seu comportamento. Cresceu para 82% os paulistanos que disseram que deixariam de usar o carro caso houvesse uma boa alternativa de transporte público; para 48% o índice dos dispostos a trocar o carro por um menos potente desde que seja menos poluente; e para 40% os que usariam a bicicleta caso houvesse mais segurança, um aumento significativo se comparado com 2010 quando apenas 18% responderam de forma afirmativa a questão.

Mesmo com iniciativas que merecem aplauso como a campanha “Preferência à Vida” ou a entrega de alguns quilômetros de faixas para bicicleta, está evidente que boa parte dos investimentos da prefeitura de São Paulo ainda prioriza o uso do automóvel, haja vista o plano de túneis anunciado recentemente pelo prefeito Gilberto Kassab e a inexistência de uma política agressiva de expansão das vias de circulação exclusiva para ônibus.

Confira aqui a programação completa da Semana da Mobilidade

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