“Trânsito é o segundo maior problema da cidade para paulistanos e só perde para saúde” – R7

 

Levantamento da Nossa São Paulo mostra que 55% acham que tráfego é péssimo

Entre as três áreas consideradas mais problemáticas pelo paulistano, o trânsito só perde para saúde. O quesito ficou em segundo lugar na pesquisa lançada pela rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope na manhã desta quarta-feira (20). Em terceiro, foi escolhido educação. Além disso, pulou de 37% em 2010 para 55% em 2011 a porcentagem dos que qualificam o trânsito na capital paulista como “péssimo”.

A pesquisa, feita em alusão ao Dia Mundial sem Carro, que acontece nesta quinta-feira (21), apontou ainda que a porcentagem de entrevistados que possui e usa carro quase todos os dias passou de 15% em 2007 para 23% em 2011.

Para os especialistas, o excesso de carros que circulam nas ruas é um dos principais problemas da cidade. O professor de engenharia de tráfego da Unicamp (Universidade de Campinas), Percival Bisca, defende que seja colocado em prática o pedágio urbano.

Utilizado em capitais como Cingapura e Londres, o sistema prevê que o motorista pague uma taxa para circular em uma determinada área. O pedágio pode também delimitar horário e dias de circulação.

– Falta investimento e, para isso, tem que ter fontes de recursos. Por isso sou a favor do pedágio urbano. Acho que é uma maneira de incentivar a pessoa a deixar o carro em casa e por outro lado, ele gera recursos para investimentos.

Bisca reconhece, no entanto, que para convencer a população a deixar o carro em casa é preciso oferecer um transporte público de qualidade.

– A viagem de casa para o trabalho e do trabalho para casa tinha que ser feita de transporte coletivo. O problema é que São Paulo tinha que ter muito mais transporte coletivo. Deveria completar os 200 km de metrô em três anos, e não em dez.

Na pesquisa, que é feita há cinco anos, 86% dos entrevistados afirmou que deixaria de usar o carro caso houvesse uma boa alternativa de transporte público. Entre os que possuem automóvel, 23% afirmaram que usam o carro “quase todos os dias”.
Para o ombudsman da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) Luiz Célio Bottura, a má avaliação do paulistano sobre o trânsito na cidade é “resultado de anos de descaso”.

– É lamentável. Por isso que a secretaria [dos Transportes] me convidou para ver como eu posso ajudar. A CET está trabalhando muito nisso. Estamos tentando reverter esse quadro. As perspectivas são excelentes.

Neste ano, 60% dos paulistanos se disseram dispostos a deixar de usar o carro diariamente para utilizar o transporte público. Já a porcentagem daqueles que compraram um carro nos últimos aumentou de 28%, em 2010, para 38% em 2011. Por outro lado, o número dos que disseram que não usam carro caiu de 44% em 2008 para 13% em 2011.

Tempo de viagem

O tempo que o paulistano gasta, em média, todos os dias no trânsito aumentou levemente de 2h42 em 2010 para 2h49 em 2011. Ao todo, 19% dos entrevistados disseram que perdem mais de 4 horas em congestionamentos.

A quinta edição da pesquisa ouviu 805 pessoas com idade acima de 16 anos de 17 a 22 de setembro.

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