Problema do Shopping Center Norte provoca bate-boca e empurrão na Câmara

 

Após confusão, sessão foi encerrada sem votar projetos em pauta. Como não há deliberação prevista para esta quinta, semana termina com aprovação de apenas três concessões de títulos

Airton Goes airton@isps.org.br  
 
A sessão plenária da Câmara Municipal de São Paulo desta quarta-feira (5/10) terminou em bate-boca, xingamentos e empurrão. A cena, considerada constrangedora e negativa pelos próprios integrantes da Casa, envolveu os vereadores Adilson Amadeu (PTB) e Claudio Fonseca (PPS). O desentendimento só não foi maior, porque outros parlamentares atuaram para afastar os dois colegas.

Amadeu, que tem sido um dos principais opositores da atual gestão municipal, fez um discurso com pesadas críticas à ação do prefeito Gilberto Kassab (PSD) em relação ao fechamento do Shopping Center Norte. Na sequência, Fonseca, que é líder do PPS e aliado do governo municipal na Casa, iniciou seu pronunciamento, dizendo que os vereadores têm que ser responsáveis pela segurança da população.

Prevendo o que líder do PPS iria dizer, Amadeu começou a falar em voz alta fora do microfone: “Já vai defender o prefeito”. A justificativa da Prefeitura para solicitar a interdição temporária do shopping e outros equipamentos comerciais daquela região é que haveria risco de explosões em função do gás metano liberado pelo lixão que existia antes no local. Para a administração municipal, as obras executadas pela empresa não seriam suficientes para garantir a segurança de milhares de funcionários e clientes que frequentam o espaço todos os dias.   

Logo em seguida Amadeu aproximou-se de Fonseca e passou a lhe dirigir a palavra em um tom muito baixo, de modo que outras pessoas não ouvissem o que ele estava falando. A partir daí, houve o empurrão do líder do PPS ao parlamentar do PTB e muitos xingamentos.

O tumulto só foi contornado, com a intervenção de diversos parlamentares que procuraram colocar “panos quentes” na situação e separar os dois.

“Já estou preparando, junto com meus advogados, uma representação contra ele [Fonseca]”, declarou Amadeu após os incidentes. Segundo o parlamentar do PTB, faltou “oxigênio no cérebro” do vereador do PPS.  

Questionado se as palavras dirigidas à Fonseca em voz baixa foram provocativas, ele negou: “Não provoquei e fui empurrado”. A representação anunciada por Amadeu é por quebra de decoro parlamentar.

Já Claudio Fonseca garante que foi provocado. “Ele me ameaçou, dizendo ‘vou te pegar lá fora e você não vai ter como se defender’”, argumentou. De acordo com o líder do PPS, Amadeu também lhe teria dirigido palavras racistas e preconceituosas. “[Amadeu] é truculento, preconceituoso e racista”.

Em relação à representação anunciada pelo oponente, Fonseca diz não se preocupar com isso. “Se ele quiser levar adiante, irei representar também”, rebateu.

Como não havia clima para a continuidade dos trabalhos, o presidente da Mesa Diretora, vereador José Police Neto (PSD) encerrou a sessão sem que houvesse a votação dos projetos em pauta. Como não há nenhuma deliberação prevista para esta quinta-feira (6/10), a semana termina com a aprovação de apenas três propostas de concessão de títulos e homenagens (votadas na terça-feira).

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