“SP vai testar trólebus sem cabos” – Jornal da Tarde

 

Por Caio do Valle

Uma nova geração de trólebus vai ser testada na capital. Trata-se de um ônibus elétrico que não precisa de cabos suspensos ao longo de todo o percurso para se locomover, como no modelo atual. Os trechos de recarga ficarão apenas em algumas paradas, a uma distância de cerca de um quilômetro uns dos outros. Técnicos da São Paulo Transporte (SPTrans) estimam que o primeiro “autotrólebus” comece a ser avaliado na cidade em meados do ano que vem.

O veículo se movimentará com equipamentos chamados ultracapacitores. Eles são capazes de receber e armazenar energia de forma mais rápida do que as baterias convencionais, que precisam ficar horas na tomada. O outro lado da moeda é que o tempo de armazenamento da energia neles é mais curto. Devido a isso, sua autonomia é menor do que a de uma bateria comum. Especialistas afirmam que o “autotrólebus” poderá percorrer somente de 2 a 3 km sem precisar de nova recarga, que leva cerca de 30 segundos.

Ela será feita enquanto os passageiros embarcam nas paradas onde os cabos de alimentação elétrica estiverem instalados. Uma haste sobre o veículo vai captar a energia nesse instante. Avalia-se também a possibilidade de a recarga ser por baixo, com laços no chão.

Segundo a distribuidora de energia Elektro, responsável pelo desenvolvimento do projeto, o primeiro veículo (um protótipo) deve ser entregue em março de 2012. Um termo de cooperação firmado com a Secretaria Municipal de Transportes prevê que, em seguida, ele seja testado no sistema de transporte da cidade de São Paulo. Como o objetivo será o de avaliar a tecnologia, o veículo não será usado para levar passageiros.

Além dessa, a SPTrans estuda outras fontes de energia para sua frota, como as baterias elétricas.

Tal qual os trólebus, o novo modelo não emite poluentes e gera pouco ruído. “É exatamente um trólebus, só que a fonte de captação de energia começa a mudar. É um trólebus especial”, diz Simão Saura Neto, superintendente de serviços veiculares da SPTrans.

Devido a essa maior independência da rede elétrica, os veículos ficarão menos suscetíveis a interrupções do que os ônibus elétricos de hoje. No protótipo, um motor auxiliar, a diesel, vai fornecer eletricidade quando não houver energia na rede. Mesmo assim, o ideal é que esse tipo de veículo rode em corredores exclusivos.

O Jornal da Tarde apurou que um dos corredores estudados para o teste do “autotrólebus” é o Expresso Tiradentes, entre os terminais Parque Dom Pedro, no centro, e Sacomã, na zona sul. Um veículo parecido já é testado em Xangai, na China. Não foram divulgados custos da nova tecnologia.

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