“Programa aposta em rede de práticas para tornar as cidades sustentáveis” – O Globo

 

Adauri Antunes Barbosa
O Globo

Lançada ontem, iniciativa quer metas dos gestores já na eleição de 2012

SÃO PAULO. O Programa Cidades Sustentáveis foi lançado ontem, em São Paulo, com uma proposta inédita: fazer com que prefeitos participem de uma rede de boas práticas baseadas em compromissos públicos resumidos em 12 eixos de atuação, como planejamento urbano e ação local para a saúde. A iniciativa, da Rede Nossa São Paulo, da Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis e do Instituto Ethos, reuniu políticos e representantes da sociedade civil e das principais entidades municipalistas do país.

O programa é um conjunto de ferramentas elaboradas para convencer e comprometer candidatos nas eleições de 2012 a desenvolverem projetos que tornem as cidades mais justas e sustentáveis.

– Nós temos uma oportunidade de reavaliar tudo e de oferecer ao Brasil e às nossas cidades uma sociedade com qualidade de vida. É uma escolha, em um momento em que temos a liberdade de escolher. E essa escolha que estamos fazendo agora é por um modelo de desenvolvimento que melhore a qualidade de vida de todos – definiu o coordenador da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew, um dos idealizadores do programa.

Segundo ele, o Cidades Sustentáveis (www.cidadessustentaveis.org.br) surgiu de uma necessidade de inovação nos âmbitos político e social, hoje liderados por políticos que vivem em disputa por votos.

– A inovação que estamos trazendo é fazermos uma campanha que agregue todos, sem exceção – explicou.

Diretora da Fundação Avina, uma das parceiras do programa, Neylar Lins defendeu a aposta na sociedade civil para a tomada de decisões.

– É possível uma nova forma de fazer política. E a cidade é o espaço privilegiado para fazer essa política – disse.

Já o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Nabil Bonduki, que representou a ministra Izabella Teixeira no evento, lembrou a importância de ir além do discurso:

– No discurso é fácil, ninguém vai ser contra. Mas até a prática há uma enorme distância. Por isso, é preciso articular a população para que ela cobre os compromissos assumidos – observou, referindo-se tanto ao projeto lançado ontem quanto à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que exige que os chefes do Executivo elaborem um plano de metas para suas administrações, baseado nas promessas feitas na campanha eleitoral.

Apresentada pelos deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Luiz Fernando Machado (PSDB-SP), a PEC obriga que os gestores públicos cumpram os compromissos do plano e prestem contas, periódica e publicamente, para que a população acompanhe as metas.

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