“Sem Haddad e representante do PSDB, pré-candidatos a Prefeitura de São Paulo comentam pesquisa sobre bem-estar da população”

 

Agência Aids

Pesquisa realizada pela Rede Nossa São Paulo mostra que aumenta insatisfação dos moradores da cidade; nota dada para Saúde está abaixo da média

Segundo a pesquisa realizada entre os dias 25 de novembro e 12 de dezembro de 2011, 56% dos entrevistados afirmaram que, se pudessem, mudariam de cidade. No ano anterior, esse número foi de 51%.

A nota geral para a qualidade de vida da cidade apresentou leve queda: passou de 5,0 em 2010 para 4,9 em 2011.

Das 25 áreas avaliadas pelo IRBEM, 19 receberam notas abaixo da média, que é de 5,5. De 0 a 10, os paulistanos deram a melhor nota para Relações Humanas, 6,8; e a pior para Transparência e Participação Política, 3,5.

“Na verdade, consideramos a nota 5.5 o mínimo de qualidade para a vida de uma pessoa. O ideal seria que todas as notas estivessem acima dessa média, mas, infelizmente, não é essa a realidade da cidade de São Paulo”, disse o organizador do evento Oded Grajew, da Rede Nossa São Paulo.

Para programas que discutem a sexualidade, a nota geral ficou um pouco acima da média com 5.7, mas para a Saúde, a nota foi de 5,1; Educação, 5,0; Infância e Adolescência, 4,7; Acessibilidade para Pessoas com Deficiência Física, 3,9.

Entre os itens que envolvem a sexualidade, a nota dada para os programas de gravidez indesejada foi 5,4; ao acesso às informações sobre sexualidade foi 5,5; e ao papel dos pais na orientação sexual dos filhos 6,0.

No quesito Saúde, a melhor nota foi para as campanhas de vacinação, 6,7; e a pior para o tempo médio entre marcação e realização de consultas, 3,7. A qualidade da humanização da assistência nos postos e hospitais recebeu a nota 4,3.

Segundo os participantes da pesquisa, no serviço público de saúde, o tempo médio de espera para a realização de consultas é de 52 dias (Em 2010, era 61); para a realização de exames, 65 dias (76 em 2010); e para procedimentos mais complexos, 146 dias (166 em 2010).

Já no serviço privado, a média para consultas é de 15 dias, para exames é 17 e para procedimentos mais complexos, 39 dias.

Ainda segundo os entrevistados, a nota para a igualdade racial no serviço de saúde é 3,9.

A pesquisa, apresentada no Teatro do SESC (Serviço Social do Comércio) Consolação, foi encomendada ao IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística)

O que acham os pré-candidatos?

Para comentar os resultados, foram chamados os pré-candidatos dos principais Partidos à Prefeitura, mas compareceram apenas Gabriel Chalita, do PMDB; Netinho de Paula, do PC do B; e Soninha Francine, do PPS.

Maurício Costa, presidente do diretório municipal do PSOL, e Luiz Carlos Bosio, membro da executiva municipal do PV, não são pré-candidatos, mas estiveram no evento representando seus partidos.

Segundo o organizador Oded, o candidato pelo PT, Fernando Haddad, o ligou lamentando por não poder estar presente, e justificou que a equipe de ética do governo federal não autorizou sua participação por ele ainda ocupar a chefia do Ministério da Educação e se tratar de um evento de pré-campanha num dia útil de trabalho. O presidente do diretório municipal do PT em São Paulo, o vereador Antonio Donato, representou o Partido.

Oded disse também que o PSDB informou que iria definir quem representaria o partido para comentar a pesquisa, mas ninguém apareceu.

Gabriel Chalita (PMDB): “Esta pesquisa me traz indignação por ver que necessidades básicas, como marcar uma consulta médica, pode levar até 52 dias; e vergonha por saber que a classe de políticos, grupo no qual estou inserido, tem o pior índice de confiança da população paulistana.”

Netinho de Paula (PC do B): “Fiquei deprimido ao ver esses dados, pois não gostaria que 56% da população saísse daqui se tivesse outra oportunidade. Eu que nasci e cresci na periferia, e que já usei muito o sistema público de saúde e educação, ainda tenho muita fé nesta cidade. As pessoas precisam voltar a querer ficar em São Paulo.”

Soninha Francine (PPS): “Esses dados são tristes, mas trata-se da percepção da população. Quando vejo que as respostas dos entrevistados apontam para uma melhoria do atendimento da Saúde Bucal, por exemplo, penso que a avaliação pode não ser sempre bem entendida pelos participantes. A saúde pública no Brasil em geral tem muitos problemas, mas a Saúde Bucal, sabemos que tem mais problemas ainda…”

Maurício Costa (PSOL): “É evidente e flagrante que a cidade de São Paulo está sendo reprovada por seus habitantes. Os índices aqui apresentados mostram que muito pouco foi feito pelo prefeito atual e pelos anteriores.”

Antonio Donato (PT): “A situação de São Paulo é muito preocupante, uma vez que nos últimos anos o País cresce, mas a cidade responsável por 1/5 da arrecadação nacional não.”

A íntegra da pesquisa pode ser acessada no site: www.nossasaopaulo.org.br

Lucas Bonanno

Compartilhe este artigo