Medida foi feita 43 dias após início da operação na cracolândia; somente 247 serão inaugurados neste ano
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO
A ocupação que a Polícia Militar faz na cracolândia começou há 43 dias e somente ontem o governo do Estado anunciou suas primeiras ações de saúde na região.
As propostas de Geraldo Alckmin (PSDB), porém, ainda levarão um tempo para serem implementadas.
Em parceria com universidades e instituições não governamentais o governo vai criar 700 novos leitos para tratar dependentes químicos, entre eles, usuários de crack.
O prazo definido pela Secretaria de Estado da Saúde é até 2014. O investimento previsto é de R$ 250 milhões.
Para este ano, serão 247 novos leitos, sendo 40 na Água Funda (zona sul de São Paulo), 135 em Itapira (174 km de SP) e 72 em Botucatu (238 km de SP). Apenas 50 dessas vagas serão entregues até o fim de março. As demais, segundo a secretaria, serão inauguradas até junho.
Para o secretário da Saúde, Giovanni Guido Cerri, o Estado não demorou a intervir.
"Em um primeiro momento não era necessário criar novas vagas. Com o tempo constatou-se que era preciso e mapeamos onde elas deveriam ser criadas e é o que faremos nos próximos meses."
O governo também anunciou que o horário de atendimento do Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas) do Bom Retiro (centro de SP) será ampliado. Atualmente, ele atende das 7h às 19h. A partir de março funcionará 24 horas, sem paralisações nos finais de semana e feriados.
Ontem, Alckmin divulgou um novo balanço da operação na cracolândia. Segundo ele, desde o dia 3 de janeiro 53 foragidos da Justiça foram recapturados, 224 dependentes foram internados voluntariamente, 232 suspeitos foram presos sob a acusação de tráfico e 290 pessoas foram encaminhadas para abrigos.