Material vai parar em aterro comum
SP só recicla 1,4% dos resíduos
Concessionárias culpam prefeitura
Metade do lixo que o paulistano separa em casa para ser reciclado acaba indo parar em aterros comuns. Com o aumento da quantidade de dejetos reaproveitáveis, as 21 cooperativas conveniadas com a prefeitura estão trabalhando acima da sua capacidade.
O Metro conversou com os responsáveis por dez centrais de triagem. Segundo eles, em média, 50% do lixo reciclável trazido pelos caminhões é rejeitado.
Telines Basílio Nascimento Junior, da Cooperpac, na zona sul, diz que nos últimos seis anos a quantidade de material cresceu seis vezes e a central está saturada. “Pelo menos metade dos caminhões que chegam para descarregar a gente manda voltar”.
As duas empresas responsáveis pela coleta de lixo na cidade – Ecourbis e Loga – confirmam que não conseguem descarregar os caminhões em boa parte das cooperativas. A Ecourbis afirma que muitas vezes é preciso fazer várias tentativas até achar uma cooperativa que aceite os resíduos. As empresas colocam a culpa na prefeitura, que não entrega mais locais para que seja feita a separação do material. Hoje, apenas 1,4% do lixo produzido na cidade é encaminhado para reciclagem. Dos R$ 5,5 milhões previstos no Orçamento do ano passado para a implantação de centrais de triagem, apenas R$ 495 mil (9%) foram aplicados.
A prefeitura afirma que está implantando quatro novos postos de triagem, uma delas já em obras. Outros oito locais estão em fase de desapropriação para a criação de novas centrais.
MARCIO ALVES METRO SÃO PAULO