“Evento discute planejamento da Região Metropolitana” – RAC

 

No segundo dia, Campinas +21 propõe soluções metropolitanas para problemas como lixo e transporte

Um plano sustentável para a Região Metropolitana de Campinas (RMC) para solucionar os desafios da destinação do lixo e da mobilidade urbana entre os municípios foi o tema que dominou os debates no segundo dia do Fórum Campinas +21. Líderes, entre eles empresários, políticos, acadêmicos e estudiosos, ressaltaram que é necessário que as prefeituras trabalhem em conjunto. “Não há mais espaço para prefeitos, na nossa região, que olhem apenas para o seu próprio município. Hoje, é preciso saber qual o problema da cidade do lado, porque ele irá interferir diretamente na sua cidade. Dessa forma se terá uma visão conjunta”, afirmou o prefeito de Jaguariúna, Gustavo Reis (PMDB), ex-presidente do Conselho da RMC.

O presidente do Instituto Sustentar e idealizador do evento, Luiz Fernando Faria, disse que o transporte intermunicipal precisa ser inteligente e sustentável. “Hoje já se discute de forma muito tímida até um trem para interligar a região, não poluente, mais rápido e sem ocupar muito espaço. Mas a proposta principal que temos para levar para o o Rio +20 é a ‘contribuição’. Campinas e região é exemplo nisso. É momentânea a crise que estamos vivendo e Campinas é uma força tecnológica e científica, do conhecimento. Aqui está o maior número de doutores por metro quadrado da América Latina. Nós temos como exportar conhecimento.”

Segundo ele e o deputado federal Jonas Donizete (PSB), é preciso solucionar o problema do lixo e da mobilidade urbana. “Um problema sério na cidade de Campinas é a questão do lixo. Um aterro que tem um tempo de vida útil restrito. Temos que pensar em novas modalidades e temos tecnologias à disposição que transformam lixo em energia com zero de impacto ambiental. O conceito de mobilidade, temos que pensar no transporte de massa com qualidade. Uma solução é moradias próximo do trabalho e que haja serviços, comércio e escola, sem necessidade de grandes deslocamentos”, afirmou o parlamentar.

O diplomata, economista, sociólogo e cientista político Marcos Troyjo e o coordenador da Secretaria da Rede Nossa São Paulo, Maurício Broinizi Pereira, alinharam seus discursos no sentido que a RMC precisa de um plano para avançar. Para Troyjo, Campinas precisa definir que tipo de cidade quer ser e traçar estratégias. “Os recursos estão disponíveis, vontade política há, mas o que falta para o Brasil, na minha opinião, é um bom plano, criativo, para arregimentar os extraordinários talentos, recursos humanos, turbinados pela Educação e Tecnologia, para construir uma estratégia para nossas cidades.”

Para Broinizi, que levou ao fórum o programa Cidades Sustentáveis, as metas e indicadores precisam ser adaptados a cada cidade. Entre os exemplos de sucesso ele cita a região de Lyon, na França, que integrou 55 municípios por meio das hidrovias, ferrovias, ciclovias, rodovias para melhorar o trânsito, a qualidade de vida e ainda reduzir a emissão de poluentes. “Esse caso da França levou dois anos para se elaborar e dez anos para se aplicar, e está dando certo”, disse.

Para o presidente do conselho da RMC e prefeito de Pedreira, Hamilton Bernardes (PSB), foi importante a presença de deputados federais como Donizete e Aline Corrêa (PP) para facilitar o diálogo com Brasília. “Esse evento é uma grande iniciativa que espero que seja um exemplo para nossas próximas reuniões.”

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