Prefeito solicita que vereadores votem cessão de terreno para Instituto Lula

 

Líder do governo municipal transmite apelo de Kassab aos líderes partidários. Objetivo é votar nesta quarta-feira, em primeira discussão, o projeto que prevê a criação do Memorial da Democracia

Airton Goes airton@isps.org.br

“O prefeito pediu que eu transmitisse aos senhores líderes [dos partidos que integram a Câmara Municipal de São Paulo] que ele deseja votar esse projeto”. Assim o líder do governo municipal no Legislativo paulistano, vereador Roberto Tripoli (PV), solicitou na reunião de líderes que a proposta do Executivo, de concessão de dois terrenos para o Instituto Lula implantar o Memorial da Democracia, seja votada em primeira discussão nesta quarta-feira (18/4).

Na reunião, ocorrida ontem (17/4), o líder do PSDB, Floriano Pesaro, reafirmou que sua bancada se opõe ao projeto. “Estamos apresentando uma proposta de substitutivo ao texto”, informou ele.

Em virtude da posição dos tucanos, o líder do governo lembrou que é uma tradição na Casa aprovar os projetos em primeira discussão e, só depois, apresentar as emendas e propostas de substitutivos (antes da segunda e definitiva votação). “Espero contar com o apoio do PSDB para votar o projeto em primeira votação”, insistiu Tripoli.

Após o encontro dos líderes, Pesaro voltou a bater forte no Projeto de Lei 29/2012. “É uma afronta e um desrespeito aos partidos políticos e a democracia o Instituto Lula ser o arauto do Memorial da Democracia”, criticou. 

Ele adiantou que a proposta de substitutivo a ser apresentada por sua bancada pretende ampliar o número de organizações e institutos de partidos que tocariam a instalação do futuro Memorial, a ser construído na região da chamada Cracolândia, no centro de São Paulo. “Se for apenas para o Instituto Lula, a área tem que ser vendida, com licitação pública”, concluiu o líder do PSDB.

Aparentando tranquilidade em relação à aprovação do projeto em plenário, o vereador Chico Macena, líder da bancada do PT, afirmou que a bancada tucana está tentando “criar confusão” entre o memorial e o instituto. “O terreno não é para o Instituto Lula, que já tem sede em outro local, é para o Memorial da Democracia.”

O líder petista argumentou que a cessão do terreno ocorre de forma análoga a outros museus da cidade que são gerenciados por organizações sem fins lucrativos, como o Museu do Futebol.

Segundo Macena, o memorial deverá reunir, não apenas o acervo do presidente Lula, mas de todos que lutaram pela democracia, incluindo militantes dos diversos partidos e também movimentos apartidários e suprapartidários. “O Movimento Contra a Carestia e o Movimento das Diretas Já também estarão no espaço”, exemplificou.

Quanto à possibilidade de institutos de outros partidos e de outras organizações participarem do projeto, o líder do PT questiona: “você acha que isso daria certo?” Ele avalia que não e, para justificar sua posição, faz outra pergunta: “quem iria captar os recursos necessários para a obra, tendo em vista que o memorial não envolve dinheiro público em sua construção?”

Além do projeto de lei da concessão da área para a implantação do Memorial da Democracia, dezenas de outros projetos estão na pauta para serem votados na sessão desta quarta-feira (18/4), caso não haja obstrução por parte de nenhum partido.

Leia também: Prefeito apresenta projeto de concessão de áreas para memorial do ex-presidente Lula

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