Política Nacional de Resíduos Sólidos responsabiliza todos pelo lixo.
Empresas deverão usar material reciclável e prefeituras farão coleta maior.
Do G1 SP
A partir de 2014, as empresas serão obrigadas a utilizar materiais recicláveis em seus produtos e a apoiar as cooperativas. E algumas empresas já estão se adiantando às novas exigências da lei.
A cooperativa de catadores funciona como um pequeno centro que separa papel, vidro e plástico. A reciclagem gera dinheiro para os catadores. Eles separam só o que pode ser vendido. E quando não há compradores de um determinado produto, a alternativa é criar um novo mercado.
Foi o caminho encontrado por uma empresa para reaproveitar embalagens de salgadinhos. Da fábrica de Sorocaba saem 200 pacotes de salgadinhos por minuto. Depois do consumo, o material acabava em aterros sanitários. Agora ele tem uma utilidade. A empresa resolveu usar os pacotes encontrados no lixo para fabricar prateleiras que expõem os salgadinhos nos supermercados. Estava criada uma cadeia.
A fábrica passou a informar o consumidor e as cooperativas de que o material podia ser reciclado. A recicladora começou a comprar as embalagens separadas e transformá-las em prateleiras para a fábrica de salgadinhos. “A gente quis educar a cadeia inteira. E poder dar um serviço tanto para o consumidor de onde jogar a embalagem como para o catador, de como separar”, diz Cláudia da Silva Pires, coordenadora de sustentabilidade.
Hoje esse tipo de solução é criativa. Mas a partir de 2014 — com a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos — será obrigatória para as indústrias de todos os setores. As embalagens deverão ser fabricadas com materiais reutilizáveis ou recicláveis. As empresas terão que apoiar as cooperativas. As prefeituras vão ter que aumentar a oferta de coleta seletiva. E o cidadão vai ter que fazer a separação em casa.Todos os atores do ciclo vão compartilhar a responsabilidade pelo lixo.
“Agora é preciso encarar essa mudança política pra valer. Porque você precisa remodelar o sistema, mudar o contrato que existe com as empresas e o poder público tem essa autoridade de rever o contrato para finalmente a cidade ter uma coleta seletiva que faça jus a todo esse tamanho de lixo”, diz Maurício Broinizi, coordenador do movimento Nossa São Paulo.
As prefeituras terão até o mês de agosto deste ano para apresentar os planos municipais que se enquadrem na nova política.