Catadores pedem inclusão em plano de gestão de resíduos

 

Fonte: Portal da Câmara Municipal de São Paulo

Durante debate realizado segunda-feira (23/4) na Câmara Municipal de São Paulo sobre a necessidade de um plano municipal de gestão de resíduos sólidos, a participação dos catadores teve papel de destaque. O vereador Ítalo Cardoso (PT), que organizou o encontro, defende que a coleta seletiva na cidade de São Paulo depende integralmente das cooperativas de catadores, e que eles são insubstituíveis.
 
Luzia Honorato, do Movimento Nacional de Catadores, esclareceu no debate as principais demandas do setor. Segundo ela, são necessários mais galpões e em condições adequadas, além de melhores pagamentos pelo material coletado. “É preciso promover a inclusão social dos catadores. Vontade não está faltando, mas os avanços são pequenos”, lamentou.
 
Segundo ela, os catadores temem que as empresas passem a controlar a coleta seletiva com a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. “Eles têm sede de ganhar muito dinheiro e não conseguem enxergar o catador”, criticou. O vereador Ítalo Cardoso disse que o setor privado não teria condições de substituir as cooperativas.
 
“Somente os catadores fazem a coleta seletiva com tamanha capilaridade. E o setor privado jamais trabalharia com o preço que as cooperativas praticam”, disse o parlamentar, que defende um tabelamento dos valores de materiais recicláveis. Entretanto, Cardoso reconhece que, na consolidação de um plano de gestão, ainda há muito a ser esclarecido sobre a participação dos catadores.
 
Paulo Pompilio, do Grupo Pão de Açúcar, disse que as ações de logística reversa de sua empresa são sempre realizadas em parceria com as cooperativas de catadores. “Nunca houve exclusão, pelo contrário”, afirmou.
 
Marcio Matheus, da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), disse que a Prefeitura está preocupada em ampliar a participação dos catadores, com a construção de dez novas centrais de triagem, que poderão chegar a 17. A demora, de acordo com ele, se dá pela falta de espaços disponíveis para os galpões.

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