Gestão de resíduos prevê ação de produtores e varejistas

 

Fonte: Portal da Câmara Municipal de São Paulo

A inclusão do setor produtivo na logística reversa, como previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos, ainda tem pontos a serem esclarecidos. Em debate sobre o tema realizado segunda-feira (23/4) na Câmara Municipal, o ex-secretário nacional de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, Nabil Bonduki, afirmou acreditar que haverá resistência dos produtores em realizarem a reciclagem.
 
O representante do Ministério no encontro disse que o governo federal prefere acordos setoriais com os produtores em vez de leis, mas não deixará de criar legislação em caso de resistência. Alguns acertos já foram definidos, segundo Bonduki, com os fabricantes de óleos lubrificantes e de lâmpadas com vapor de sódio. Os setores de medicamentos e de eletroeletrônicos devem ser os próximos a passar por estudos de viabilidade para se determinar uma política de responsabilidade compartilhada.
 
João Carlos Basílio, diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), defendeu o setor produtivo, dizendo que ele está aberto ao diálogo, embora considere as metas da Política Nacional de Resíduos Sólidos “desafiadoras”.
 
Basílio também pediu bom senso ao poder público, dizendo que falta espaço para os produtores mostrarem suas dificuldades. “Confessamos que não estamos reciclando 90% das embalagens plásticas como manda a legislação, mas como podemos fazer isso quando o município só recicla perto de 1%?”, criticou.
 
O representante da Fiesp também defende mudanças na carga tributária, sem as quais ele acredita ser inviável ampliar a reciclagem.
 
Paulo Pompilio, do Grupo Pão de Açúcar, afirmou que, assim como o setor produtivo, o varejista também está empenhado em se adequar à Política Nacional. “Nós temos nas mãos o poder de mudar o comportamento do consumidor”, disse, justificando sua participação no processo.

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