Plataforma, que apresenta um conjunto de ferramentas para o desenvolvimento sustentável dos municípios brasileiros, inclui boas práticas catalogadas em 60 cidades do mundo
Por Vinícius Carvalho, da assessoria da Expo Brasil Desenvolvimento Local
Aproveitar as eleições municipais de 2012 para colocar a sustentabilidade na agenda da sociedade, dos partidos políticos e dos candidatos. Este é o objetivo do Programa Cidades Sustentáveis, que oferece aos candidatos uma agenda completa de sustentabilidade urbana e um conjunto de indicadores associados a esta agenda, enriquecida por casos exemplares nacionais e internacionais como referências a serem perseguidas pelos gestores públicos municipais. O programa foi lançado em Brasília, nesta quinta-feira (26/04), durante a 10ª Expo Brasil Desenvolvimento Local.
"São boas práticas urbanas de vários países em cultura de paz, manejo sustentável da água, evolução da coleta seletiva de lixo, redução da poluição do ar, implantação de ciclovias e priorização do transporte público que queremos levar aos candidatos e candidatas nestas eleições", destacou o coordenador da secretaria-executiva da Rede Nossa São Paulo e integrante da Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis, Maurício Broinizi.
Entre outras ações, o Programa Cidades Sustentáveis oferece uma relação de casos exemplares e referências nacionais e internacionais de excelência para a melhora integrada dos indicadores das cidades. Entre elas, a experiência de Copenhage, na Dinamarca, onde 55% da população vai para o trabalho de bicicleta. Ou a experiência de Los Angeles, nos Estados Unidos, que levou à redução de 62% dos resíduos depositados nos aterros da cidade, com a meta de ampliar este número para 89% até 2015.
"Podemos nos inspirar no que deu certo, adaptando estas práticas para nossas condições locais", destacou Broizini. Para isso, o programa prevê a mobilização de candidatos a cargos executivos para que confirmem seu engajamento assinando a Carta Compromisso. Com isso, os signatários eleitos deverão estar dispostos a promover a plataforma Cidades Sustentáveis em suas cidades e a prestar contas das ações desenvolvidas e dos avanços alcançados por meio de relatórios, revelando a evolução dos indicadores básicos relacionados a cada eixo.
O coordenador de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Roberto John Gonçalves da Silva, destacou a relação do Programa com o Plano Nacional de Direitos Humanos, cuja diretriz 4 estabelece a "efetivação de modelo de desenvolvimento sustentável, com inclusão social e econômica, ambientalmente equilibrado e tecnologicamente responsável, cultural e regionalmente diverso, participativo e não discriminatório". "O programa está no ambiente dos direitos humanos porque o centro dessas discussões são as pessoas", afirmou.
Para o professor e consultor das Nações Unidas Ladislau Dowbor, trata-se de uma oportunidade histórica. "Hoje somos 5.565 municípios. Destes, mais de 4.700 tem menos de 50 mil habitantes. São cidades que podem começar a se organizar de forma inteligente, promovendo alianças estratégicas e complementando dinâmicas políticas verdadeiramente transformadoras. Temos uma grande oportunidade, que nasce de um movimento de desenvolvimento de base local que se espalha por toda parte", disse.
Também participaram do lançamento representantes dos movimentos Nossa Brasília, Nossa Betim, Nossa BH, Nossa São Luís, Nossa Belém, Nossa Campo Grande e Nossa Recife. "O que marca estes movimentos é uma participação ativa e colaborativa para a gestão urbana. Qualquer que seja o grupo político, estamos dispostos a discutir uma visão de futuro para a cidade", afirmou o jornalista e coordenador do Movimento Nossa Betim, Luiz Guilherme.
Outras informações sobre a 10ª edição da Expo Brasil Desenvolvimento Local estão disponíveis no portal do evento
