Por Silvia Torikachvili | Para o Valor, de São Paulo
Embora o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) tenha aumentado 18% entre 1990 e 2010, beneficiando 92% da população de 135 países, ainda há um considerável contingente a ser atendido. Entre 2005 e 2010 quase meio bilhão de pessoas saiu da condição de extrema pobreza – situação de quem vive com renda diária de US$ 1,25, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano (PNUD). Mesmo assim, 884 milhões de pessoas ainda não têm acesso à água potável, enquanto 2,6 bilhões não têm saneamento. Ainda segundo o PNUD, metade de todos os pacientes de hospitais nos países em desenvolvimento padece de doenças relacionadas à água.
No rascunho zero, o Instituto Ethos o tema da erradicação da pobreza é tratado de forma transversal. O Ethos propõe um capítulo específico, com 6 propostas práticas que viabilizam ações de combate à pobreza. As causas a serem atacadas estão associadas à concentração de renda, desigualdades econômicas, informalidade no trabalho, desemprego, má distribuição da educação, com base em documento da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal).
O Brasil vem melhorando esses níveis, segundo dados do IBGE. Na última década, a renda de 50% dos brasileiros mais pobres cresceu seis vezes mais rápido que a renda dos 10% mais ricos. O Instituto Ethos destaca nesse capítulo que um grande número de empresas participa desse processo de mudança social, com modelos de negócios voltados para as populações menos favorecidas. Essas empresas participam também do esforço de incorporar pequenos empreendedores e produtores rurais. Ainda assim, muitas populações ainda permanecem como grandes desafios para todos os setores.