“Indicadores para sinalizar a qualidade de vida nas cidades” – Valor

Por Jacilio Saraiva | Para o Valor, de São Paulo

A América Latina é a região mais urbanizada do mundo em desenvolvimento, com 81% da população vivendo nas cidades, segundo a ONU-Habitat, divisão populacional da Organização das Nações Unidas. A previsão é que, até 2030, essa taxa suba para 86%, quando seis em cada dez pessoas viverão em centros urbanos. Para criar propostas para o planejamento de núcleos mais organizados, especialistas se reuniram no grupo de trabalho Cidades Sustentáveis, durante o seminário preparatório da Conferência Ethos Internacional 2012. As sugestões apontam para a construção de indicadores sociais e econômicos que desenhem uma curva de qualidade de vida nas cidades.

"Precisamos de políticas públicas mais avançadas, com ações de sustentabilidade e marcos regulatórios", diz Carla Stoicov, integrante da rede de especialistas da Uniethos e sócia da Tistu, empresa de projetos de desenvolvimento sustentável. As propostas do grupo, que reuniu representantes da Natura, Itaú-Unibanco e do Núcleo de Estudos do Futuro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (NEF-PUC/SP), incluem a implementação de sistemas de governança participativa e o intercâmbio científico entre as cidades.

"Precisamos evoluir de políticas setoriais de direito à moradia para ações de direito à cidade", diz. "Construir bairros e cidades e não apenas casas, com a promoção da inclusão social e da saúde, inovação e pesquisa."

A pobreza, o trânsito e a infraestrutura precária nos centros urbanos reduzem a capacidade de desenvolvimento dos negócios e aumentam os custos das empresas e de toda a sociedade, segundo Karina Baratella, coordenadora de sustentabilidade da Natura.

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