RICARDO SANTOS
THIAGO TUFANO
Direto de São Paulo
Apesar das ausências, o pré-candidato do PSDB às eleições municipais de São Paulo José Serra e o atual prefeito da capital paulista Gilberto Kassab (PSD) foram alvejados pelos rivais Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB) e Carlos Gianazzi (PSOL) na manhã desta quinta-feira. A Rede Nova São Paulo divulgou um balanço das metas estabelecidas por Kassab em 2009, no início de seu mandato, e mostrou que a prefeitura cumpriu apenas 36,77%, com 81 dos objetivos alcançados em 223 no total.
Um dos mais enfáticos nos ataques foi o pré-candidato petista. De acordo com Haddad, as metas cumpridas por Kassab foram fáceis e o prefeito deixou de lado outros objetivos mais importantes. "A sociedade hierarquiza metas. Vimos metas fáceis de serem cumpridas e metas que afetam a qualidade de vida da população não serem sequer endereçadas, por exemplo, o transporte público. A meta da mobilidade urbana tem uma importância grande para população. Devemos abrir capítulos no plano de metas colocando ênfase nos indicadores. Temos que considerar as fases pra valer porque parece uma piada considerar a meta dos hospitais quase cumprida", afirmou Haddad.
O petista voltou a atacar Serra e afirmou que o ex-governador será um prefeito de "meio mandato e de meio período". "Precisamos de um prefeito honroso, que tenha orgulho de uma cidade deste tamanho".
Haddad lamentou a ausência "não vieram" e defendeu a ideia de uma prestação de contas e um balanço de metas anual, ideia dividida entre os outros pré-candidatos presentes na mesa, como Soninha Francini (PPS), Gabriel Chalita (PMDB) e Carlos Gianazzi (PSOL). "Esse projeto só sai do papel se o próprio prefeito se comprometer a prestar contas anualmente. Me comprometo desde já a fazer isso. É um desrespeito você lançar um plano e depois fugir da responsabilidade de prestar contas. O plano de metas é essencial na administração moderna".
Já na opinião do pré-candidato do PSOL, a cidade de Sâo Paulo vive uma "crise". Para ele, os números apresentados pela Rede Nova São Paulo são um fracasso. "Uma administração que não tenha cumprido nem 40% é porque fracassou. Dou nota zero para a prefeitura pois deixaram quase 200 mil crianças fora da rede de ensino. Falta interesse e compromisso com essa área, sem contar nas outas áreas. Os três hospitais que entraram no plano de metas nem saíram do papel.".
De acordo com GIanazzi, a atuação prefeitura não tem compromisso com a sociedade. "As metas não foram atendidas porque a atual administração não tem compromisso. Eles estão preocupados com outras coisas. Aliás, esse governo nem fracassou porque nem se comprometeu de verdade".
Chalita também insistiu nos ataques a Serra e Kassab. De acordo com o peemedebista, uma cidade com um PIB de 400 bilhões não pode ter uma desigualdade social tão grande.
"Essas metas não foram criadas pela Rede Nova São Paulo, mas sim pelo prefeito depois de eleito. Ele não cumpriu o que se propôs a fazer pela cidade. Não estamos falando de uma cidade que não tem dinheiro, mas a prefeitura não tem que ter um caixa cheio de dinheiro e sim atender a população. São Paulo precisa de uma gestão mais presente. A cidade perdeu muito tempo com prefeitos que não tinham projetos. É uma gestão que não tem cara, eficiência. É uma gestão ineficiente e isso é incompreensível", completou.
De acordo com os números divulgados nesta manhã, apenas 1 meta não foi iniciada e 141 estão em andamento, o que corresponde a 63,23%. Das diversas metas discutidas, a Nova São Paulo mostrou que nenhum dos três hospitais prometidos estão funcionando e todos ainda seguem em fase de licitação. Já em relação a vagas em creches, a meta era criação de 62 mil vagas, mas o balanço mostra abertura de apenas 21 mil.
