Banco Mundial inicia projeto de parceria com o setor privado para melhorar o trânsito em São Paulo

 

O Banco Mundial está implementando o primeiro projeto destinado a envolver o setor privado na busca por soluções para o trânsito de São Paulo, o Projeto Piloto de Mobilidade Corporativa.  O Banco contratou uma empresa americana  especializada em gestão de demanda de tráfego (Travel Demand Management – TDM – em inglês), a Transportation Management Services (TMS), para desenvolver o projeto e ensinar as empresas convidadas a participar a implementar planos corporativos de mobilidade.

A área escolhida para o piloto foi a região da Av. Engenheiro Luís Carlos Berrini, devido à alta concentração de empresas e pelo fato de ter o maior percentual de pessoas que viajam de carro sozinhas na cidade, de acordo com dados da pesquisa OD do Metrô. A meta do projeto é diminuir o número de pessoas se deslocando de carro sozinhas para o trabalho nas empresas participantes. A participação das empresas é voluntária.

Foram convidadas todas as empresas sediadas nos complexos Centro Empresarial Nações Unidas (CENU) e World Trade Center (WTC), na Avenida Nações Unidas, altura do número 12.900. Localizados entre a Marginal Pinheiros e Av. Berrini, esses condomínios de prédios incluem um shopping center, quatro torres de escritórios e os hotéis Hilton São Paulo Morumbi e Sheraton, abrigando cerca de 80 empresas e 6.000 funcionários no total. A experiência será usada como uma iniciativa piloto que poderá ser replicada em outras regiões de São Paulo e em outras cidades brasileiras se o resultado for bem-sucedido.

O projeto começou em março (27), quando as empresas interessadas vem participar enviaram representantes para um seminário de treinamento, em que a equipe do Banco e dois consultores da TMS explicaram detalhadamente como criar planos de gestão de transporte para as empresas e quais são as alternativas de mobilidade disponíveis em São Paulo.

Entre maio e julho, as empresas inciaram a etapa seguinte do projeto; enviar para seus funcionários uma pesquisa desenvolvida pelo Banco para verificar os meios de transporte utilizados pelos funcionários e que alternativas eles estariam dispostos a usar se tivessem essa possibilidade. Treze empresas enivaram ou estão enviando a pesquisa para seus fucionários, entre elas Toyota, Monsanto, Sheraton, Meliá e Microsoft.  

Com base no resultado da pesquisa, cada uma das empresas decidirá quais alternativas de transporte adequam-se melhor à sua realidade e implementarão um plano para estimular o uso de pelo menos duas das alternativas propostas pelo projeto. Depois de três meses, entre setembro e outubro, a pesquisa com funcionários  será enviada novamente, para verifica o impacto do programa.

O projeto procura estimular uma prática já bastante comum na Europa e nos Estados Unidos, mas que ainda é pouco utilizada no Brasil: a adoção de métodos de gestão de demanda de tráfego por empresas privadas. Como as empresas são pólos geradores de tráfego, elas têm um grande poder de influência sobre o trânsito da cidade. Em alguns estados americanos, como Washington, na costa oeste, há leis que obrigam que as empresas tenham um coordenador de transporte, pessoa responsável por pensar em planos de transporte alternativo que possibilitem a substituição dos carros nas viagens dos funcionários ao trabalho. Há também diversas companhias americanas e europeias que procuram voluntariamente a consultoria de especialistas em TDM para estimular seus funcionários a utilizar menos os carros e cortar custos com estacionamento.

O grande desafio do projeto é mudar o comportamento de pelo menos uma parte dessas pessoas, convencendo-as a deixar seus veículos em casa. Para procurar facilitar essa mudança de paradigma, o Banco fez parcerias com empresas e organizações locais que oferecem alternativas de mobilidade. Algumas dessas alternativas já são bem conhecidas, como a opção de se contratar o serviço de ônibus fretado e utilizar o transporte público. Outras são inovadoras e chamaram bastante atenção dos participantes do seminário, como a empresa Caronetas, um serviço de organização de caronas online que permite o acesso apenas de funcionários de empresas cadastradas, dando assim mais segurança ao ato trivial de se oferecer ou pegar carona, além de permitir que a carona seja combinada em tempo real; o Zazcar, o primeiro serviço de aluguel de carros por hora da América Latina, um serviço bastante comum na Europa nos EUA; e a Bike Anjo, uma ONG que oferece acompanhamento voluntário de pessoas que desejem começar a pedalar para o trabalho
por ciclistas experientes que dão dicas sobre as rotas mais seguras para o trajeto.

Outra medida que contribui para diminuir os congestionamentos é permitir que os funcionários tenham horários flexíveis de entrada e saída, turnos escalonados, ou que eles possam trabalhar de casa em alguns dias da semana. Todos os parceiros, incluindo o Sindicato das Empresas de Transporte por Fretamento e por Turismo (Transfretur), a Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades, e a TC Urbes, uma empresa que faz o design de instalações físicas para bicicletas e pedestres, apresentaram seus serviços no dia do seminário.

A equipe do Banco é formada por Georges Darido, especialista em transporte e chefe do projeto, Shomik Mehndiratta, especialista sênior em transporte, e os consultores Diego Canales, mestre em planejamento urbano, e Andréa Leal, mestra em Políticas Públicas.

Empresas que participam do  projeto:

Empresas do CENU

Número de funcionários

Empresas do WTC

Número de funcionários

Giovanni FCB

321

Craft Multimodal

200

Hines

124

IBGC

56

Laureate

95

Meliá

95

Microsoft

1285

Sheraton

200

Monsanto

608

WTC

52

Total de funcionários

2433

Total de funcionários

603

Empresas que ainda não decidiram se irão participar:

▪    HP
▪    IBM
▪    Sky
▪    Bloomberg
▪    Unilever
▪    Nokia
▪    Samsung
▪    Disney

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