“Candidatos a prefeito de SP criticam atrasos na Copa” – Valor Econômico Online

 

Por Raphael Di Cunto | Valor

SÃO PAULO – Os candidatos a prefeito de São Paulo criticaram nesta quarta-feira os atrasos na preparação para a Copa do Mundo de 2014, que terá seis jogos na cidade, entre eles o de abertura. Em debate da rede Nossa São Paulo sobre o legado que o evento deixará para a cidade, os concorrentes afirmaram que o prefeito Gilberto Kassab (PSD) perdeu a chance de mudar a cara da cidade e que a única grande obra será o estádio do Corinthians, em Itaquera, na zona leste do município, construído com isenção fiscal da prefeitura.

A ex-vereadora Soninha Francine (PPS) reclamou da falta de projetos para aproveitar a Copa. “A única coisa encaminhada é o estádio, que não é nem de longe o mais importante a ser feito”, opinou. Ela diz que a prefeitura deveria investir mais na preparação turística, como construção de muito mais banheiros públicos e criação de roteiros culturais, esportivos, de compras e ecológicos.

O ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) disse que o cronograma ficará apertado para o novo prefeito, que terá que refazer a sinalização viária e criar pontos de acesso à internet. “As pessoas estão habituadas no exterior com um padrão e São Paulo precisa estabelecer esse padrão para que o turista volte”, disse. O petista ressaltou, porém, que o mais difícil será treinar, em um ano e meio, as pessoas para acolherem os turistas. “O português não é uma língua disseminada. Vamos ter que capacitar pessoas para falar o espanhol, inglês”, afirmou.

O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) atacou o uso de recursos públicos para a realização do evento. Segundo o parlamentar, há centenas de escolas públicas na cidade que sequer tem quadras para prática de educação física.  “Temos milhões e milhões de reais drenados para a Copa do Mundo e as escolas não tem infraestrutura bem nessa área do esporte”, afirmou.

O deputado federal Gabriel Chalita (PMDB) afirmou que a prefeitura perdeu a chance de fazer mudanças, como aterrar os fios e alargar calçadas. “Foi algo feito em Joanesburgo [África do Sul] para a Copa, mas que infelizmente não teremos aqui, mesmo com R$ 8 bilhões parados no caixa da prefeitura”, criticou. O pemedebista ainda lembrou que nada foi feito para melhorar o acesso aos aeroportos. “Os estrangeiros que chegarem no aeroporto de São Paulo não terão trem, não terão metrô e pegarão ônibus com pessoas que não falam inglês”, pontuou.

(Raphael Di Cunto | Valor)

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