“Cadeirantes passam por diversos problemas de locomoção em São Paulo” – Jornal Metro

Marcio Alves, do Metro São Paulo noticias@band.com.br

No ano em que o Brasil obteve sua melhor posição no ranking das paralimpíadas, em Londres, 7.ª posição com 43 medalhas, o portador de necessidades especiais ainda enfrenta uma corrida de obstáculos nas calçadas da capital. Os passeios públicos oferecem desafios como buracos, desníveis e falta de guias rebaixadas.

Em seu Plano de Metas, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) promete reformar e tornar acessíveis 600 mil m² de calçadas até o fim do ano. Mas, até agora, foram entregues 368 mil m².

Os problemas são encontrados em praticamente todos os bairros da capital. Cadeirante, o policial militar aposentado Antonio Figueiredo Sobrinho, 49 anos, enfrenta calçadas esburacadas e sem guias rebaixadas nas ruas do Tremembé, zona norte, onde vive e frequenta a associações de policiais aposentados. “Não é segredo para ninguém a situação das calçadas em toda cidade. É uma luta para se locomover, e a prefeitura sabe dessa situação.”

O investimento em tecnologia pode facilitar a vida dos portadores de necessidades especiais em São Paulo. No caso dos deficientes visuais, a CET Companhia de Engenharia de Tráfego) estuda implantar botões de travessia especiais nos  cruzamentos. O equipamento conta com um sistema que alerta, por meio de um aviso sonoro, o deficiente quando o semáforo fica liberado para a travessia.

Segundo o engenheiro da CET Luis Molist Vilanova, a tecnologia ainda permite a divulgação de mensagens educativas. Os avisos podem ser transmitidos enquanto o deficiente visual aguarda para atravessar.”

A gerente de serviços especializados da Fundação Dorina Nowill, entidade que há 68 anos atua com projetos de inclusão de deficientes visuais, acredita que o sistema dará mais autonomia para os deficientes. “Hoje, é preciso esperar a ajuda de uma pessoa para cruzar uma avenida.  O alerta irá facilitar o cotidiano do deficiente visual.”

QUAL É A SUA OPINIÃO?


O Metro ouviu os candidatos à Prefeitura de São Paulo sobre seus planos para melhorar a acessibilidade na capital. Confira as respostas.

Celso Russomanno (PRB)

“Pretendemos, como uma das principais medidas, dotar a totalidade da frota de ônibus de acessibilidade aos deficientes e/ou mobilidade reduzida, ampliando inclusive a rede Atende.”

Fernando Haddad (PT)

“Vamos criar centros de referência e trabalhar para garantir acessibilidade plena nas atividades públicas de cultura, lazer e esporte, além de ampliar o atendimento às pessoas com autismo, síndrome de Down e doenças raras.”

Gabriel Chalita (PMDB)

“Reforçar estrutura do Atende. Aumentar a frota de ônibus acessíveis. Adaptar semáforos, para tornar mais segura a travessia. Responsabilizar-se por todas as calçadas da cidade e reformá-las para assegurar a  acessibilidade.”

Carlos Giannazi (PSOL)

“Vemos um grande descaso com os portadores de necessidades. É preciso um Plano Diretor democrático, feito pela população, para que se repense a organização das ruas. Só assim é possível fazer um levantamento de onde é preciso fazer melhorias.”

Paulinho da Força (PDT)

“Vamos passar para a responsabilidade da prefeitura a construção, recuperação e manutenção das calçadas e implementar o padrão municipal de acessibilidade para os portadores de necessidades.”

Levy Fidelix (PRTB)
“Vamos criar um modelo padrão para as calçadas de nossa cidade, com rampas de acesso para deficientes físicos e idosos, e também adaptada para deficientes auditivos e visuais.”

José Serra (PSDB)

“Tornar 100% da frota de ônibus acessível, índice que hoje é de 56%. Fazer um amplo programa de reforma de calçadas, o que terá forte impacto, especialmente para idosos e deficientes com algum tipo de dificuldade de locomoção.”

Soninha Francine (PPS)

“Adequar arquitetura e o mobiliário urbano, investir em educação inclusiva, acessibilidade em 100% dos ônibus, Central de Libras em equipamentos públicos, cultura inclusiva, vagas e escolas de educação especial, trabalho e renda.”
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