Especialistas discutem propostas para a mobilidade

Fonte: Portal da Câmara Municipal de São Paulo
 
A Câmara Municipal de São Paulo recebeu nesta segunda-feira (1/10) o evento de encerramento do ciclo de debates “Pensando São Paulo”, criado com objetivo de estimular a discussão de assuntos relevantes para a Capital.
 
Neste último debate, especialistas em mobilidade urbana discutiram propostas para melhorar o trânsito da cidade. Poucas linhas de metrô e pouco conforto para usuários e operadores do transporte público foram alguns dos principais problemas expostos pelos debatedores que defenderam, entre outras ações, a ampliação do sistema metroviário.
 
“Embora não seja responsabilidade direta do município, o prefeito precisa liderar a sociedade no sentido de mobilizar todas as esferas de governo. Precisamos de mais de 180 km de metrô nos próximos 12 anos”, afirmou Getúlio Hanashiro, ex-secretário municipal dos transportes (1993-1996).
 
Para Lúcio Gregori, também ex-secretário de Transportes (gestão Erundina), aumentar a fluidez no trânsito está relacionado a tornar o transporte coletivo mais competitivo em relação ao transporte particular, incluindo, também gratuidade de alguns sistemas. “O transporte coletivo precisaria ser rápido, confortável, seguro e barato”, afirmou.
 
Gregori também defendeu a elaboração de um Código Municipal do Transporte Coletivo, que deveria ser produzido pelo Executivo, discutido e aprovado pelos vereadores, contendo normas como: faixas exclusivas em ruas com determinado número de usuários de transporte coletivo, número máximo de cinco pessoas por metro quadrado no transporte público, limite de decibéis no interior dos veículos e mais publicidade para o transporte público, uma vez, que, na opinião dele, a publicidade para o automóvel particular é bastante comum.
 
“Automóvel é tinta, borracha, vidro, uma engrenagem gigantesca. Tem sua importância na economia e na vida das pessoas, mas isso não impede que as pessoas usem transporte público. É insano pensar que, de madrugada, passando mal, vou pegar um ônibus, mas não podemos confundir as funções de cada tipo de transporte. O problema a ser enfrentado é oferecer transporte coletivo de qualidade”, afirmou.
 
O quadro atual de mobilidade urbana na Capital é, segundo o especialista, resultado de uma construção de cerca de 100 anos, estimulado pela especulação imobiliária e pelo incentivo ao transporte individual, que precisa ser resolvido a partir da definição de objetivos. “Temos que desenvolver metas de desempenho, por meio de uma legislação robusta. Para chegarmos a uma rede de metrô como a de Paris levaria cerca de cem anos. Não que não tenhamos que fazer, mas precisamos também de soluções rápidas”, cobrou.
 
Dirce Bertan de Freitas, urbanista e socióloga, técnica da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano e Professora do Centro Estadual de Educação Tecnológico “Paula Souza”, afirmou ser necessário unir esforços de todos os municípios da região metropolitana em prol da mobilidade. Ela também lembrou a importância de tornar cada cidadão consciente quanto à sua responsabilidade em relação ao trânsito. “Toda motorista precisa reconhecer que o sistema está saturado. Ainda que eu tenha um carro de luxo, não poderei passar por cima do carro velho. Temos que quebrar o paradigma de que os carros precisam circular. São as pessoas que precisam circular”, afirmou.
 
Já Lincoln Paiva, diretor da consultoria Green Mobility e diretor-presidente da ONG Mobilidade Verde, cobrou vontade política dos governantes e lembrou que “os problemas de mobilidade urbana são os mais previsíveis, pois estão ligados às questões econômicas do país.”
 
No próximo dia 14 de dezembro, a Câmara será sede do lançamento oficial do livro originado a partir do ciclo de debates “Pensando São Paulo”. A edição, contendo as sugestões de todos os debatedores do ciclo, será entregue aos novos prefeito e vereadores da cidade.

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