Segundo Serra, petista não quer manter contratos com OSs na Saúde.
Haddad considerou ‘absurda’ acusação sobre defesa de fim de contratos.
Paulo Toledo Piza
Do G1 São Paulo
O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, voltou a dizer nesta segunda-feira (22) que vai manter a parceria com organizações sociais (OSs) na Saúde. Em evento organizado pela Rede Nossa São Paulo, no Sesc Consolação, centro da cidade, Haddad disse que acusação de Serra sobre o fim dos contratos com as organizações é “absurda”.
Segundo o programa eleitoral do candidato do PSDB, José Serra, o PT sempre foi contrário à participação das organizações sociais na Saúde e “nunca quis que hospitais como o Albert Einstein e o Sírio-Libanês ajudassem no atendimento dos mais pobres, mas quando algum petista rico precisa de atendimento, corre para o Einsten”. Ainda de acordo com o programa, o PT votou contra a lei que instituiu as organizações sociais em São Paulo.
“Do meu ponto de vista, as parcerias são bem-vindas, inclusive há uma propaganda do Serra dizendo que eu vou acabar com a parceria. Você não vai achar uma entrevista que eu tenha dados nos últimos dois meses falando um absurdo desse”, disse.
O candidato disse que atualmente 40% do orçamento da Saúde é gerenciado pelas organizações sociais, mas há “má gestão”. “Tem problema de gestão. Como resolver? Primeiro, transparência de gastos. Fazer o que o Tribunal de Contas está mandando: ter transparência. Segundo, tem que ter mais leitos em São Paulo”, disse o petista acrescentando que vai construir três hospitais.
O programa de governo de Haddad fala em “reforçar a gestão pública dos serviços públicos municipais de saúde” e garantir que os servidores sejam contratados por “meio de adequados processos seletivos públicos”.
Assim como fez em outras agendas de campanha, Haddad criticou a lei estadual que previa destinar 25% dos leitos da rede pública para usuários de planos de saúde.
O petista criticou ainda o suposto excesso de ataques da campanha de Serra à sua candidatura. “A campanha do Serra só faz acusações." Ele diz que 77% das inserções do tucano foram usadas para atacá-lo. “O máximo que ele pode fazer é usar 100%”, disse.
Questionado sobre a fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contrária ao “novo” e favorável à manutenção do prefeito de Diadema, Mácio Reali (PT), Haddad disse que cabe à população avaliar os governos. “A cada quatro anos, você faz um julgamento da administração. A democracia serve para isso. Na cidade de São Paulo, segundo as pesquisas, 88% desejam mudança. Quem pede o novo é a população”, disse.
Haddad afirmou ainda que vai “melhorar” a escolha dos subprefeitos que, segundo o petista, é “militarizada”, e que fará com que cada bairro funcione como uma cidade. Atualmente, 30 dos 31 subprefeitos são coronéis reformados da Polícia Militar.
Apoios
No início da tarde, o candidato petista foi ao Sindicato dos Engenheiros, também no Centro, onde recebeu apoio de lideranças jovens e do movimento esportista. Entre os que declararam voto estavam os presidentes do São Paulo Futebol Clube, Juvenal Juvêncio, e do Palmeiras, Arnaldo Tirone, além do ex-presidente do Corinthians e atual diretor de seleções da CBF, Andrés Sanchez.
Quem surpreendeu, no entanto, foi o candidato derrotado para vereador Luciano Gama. Recém-saído do PSDB (a carta de desfiliação foi redigida no sábado), ele fez questão de ir pessoalmente encontrar Haddad para declarar o apoio.
Questionado sobre a decisão, afirmou em entrevista que estava infeliz com a situação atual do partido. "Como sou uma liderança política, tenho responsabilidade política, tenho que me manifestar. E o momento certo é agora", disse. Ele acrescentou que não sabe ainda a qual partido vai se filiar.