Por Raphael Di Cunto | Valor
SÃO PAULO – O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, reforçou nesta segunda-feira, em debate da Nossa São Paulo, rede que reúne mais de 100 entidades civis da capital, o discurso de que não irá acabar com as parcerias da administração com as Organizações Sociais (OS’s) para gestão das unidades públicas de saúde.
“Tem uma propaganda do Serra dizendo que vou acabar com as parcerias, mas vocês não vão achar nenhuma entrevista que eu tenha dado nos últimos dois meses falando um absurdo desses”, afirmou o petista durante o debate, que disse que o adversário tucano tenta desinformar a população.
“Sempre defendi minhas ideias com a maior transparência. Quando disse que vou acabar com a taxa de inspeção veicular, falei isso claramente. Não preciso que o Serra interprete o que eu quero dizer”, completou.
Haddad reconheceu que, na atual gestão, do prefeito Gilberto Kassab (PSD), aliado de Serra, o percentual do orçamento destinado à área da saúde aumentou, de 15% para 20%, mas disse que isso não teve impacto. “A população não percebeu melhora de qualidade. Como resolver? Melhorando a transparência do gasto”, afirmou.
O petista disse que irá respeitar a decisão do Tribunal de Contas do Município, que ordenou um controle mais rígido dos contratos com as OS’s, mas elogiou parcerias com a iniciativa privada e organizações sociais, dando como exemplo a autorização, dada quando era ministro da Educação, para as freiras do Santa Marcelina, que administram unidades de saúde na zona leste da cidade, abrirem um curso de medicina.
Haddad evitou comentar, em entrevista aos jornalistas, fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que em São Paulo defende o candidato do PT com o discurso de que a cidade precisa do novo, mas, em comício em Diadema (SP) no domingo, disse que o município deveria apoiar o atual prefeito, do PT, ao invés de ter “embarcar em uma aventura” com o candidato da oposição, um vereador do PV que “não tem experiência”.
O candidato disse não ter procuração para interpretar a fala do ex-presidente e que não leu o contexto das declarações. “Quando uma administração é ruim, a democracia está aí para trocar. Quando a administração é boa, você não precisa necessariamente fazer isso”, desconversou.
Questionado sobre o motivo de a candidatura da oposição em Diadema ser “uma aventura”, e a sua, em São Paulo, não, o petista respondeu que “não conhece o candidato” para comentar. “Não vou falar da eleição em outro município.”
(Raphael Di Cunto/Valor)