Lei permite Estado cobrar dos planos o uso de leitos em hospitais públicos.
Segundo Serra, PT quer ‘escapar’ de acusação sobre organizações sociais.
Roney Domingos
Do G1 São Paulo
O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, considerou nesta segunda-feira (22) como “lero-lero” e “jogo falso” a crítica do PT à lei que permite o uso de 25% dos leitos de hospitais públicos, administrados por organizações sociais, para atender pacientes de planos de saúde.
A campanha do petista Fernando Haddad diz que a lei privatiza os hospitais públicos e dificulta o atendimento dos mais pobres.
O governo de São Paulo alega que a regulamentação da lei proíbe reserva de leitos ou preferência a pacientes de planos. Entretanto, afirma que ela oferece uma ferramenta legal mais eficiente para que o estado cobre o atendimento prestado de quem tem plano de saúde e que os cofres públicos sejam ressarcidos.
“É um jogo falso do PT. [O partido] está comprometido em acabar com as parcerias da prefeitura com as organizações sociais. Isso está escrito no programa eleitoral do PT. Para escapar estão com esse lero-lero da coisa dos 25%. O que é falso”, disse Serra.
Serra cita exemplo para mostrar que sem a lei, mais pessoas com plano de saúde acabam sendo atendidas em hospitais públicos de qualidade. “Hoje o Instituto do Coração (Incor) tem isso e eles nunca falaram nada. Isso na verdade visava o Instituto do Câncer, que é política do estado. Hoje é considerado o melhor hospital do Brasil e da América Latina, inclusive entre hospitais privados. Tem muita gente que tem plano de saúde caro e entra lá [Instituto do Câncer] e não paga nada e ocupam as vagas de pessoas que não têm recurso, pessoas carentes”, disse.
Em agosto do ano passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu liminar favorável a uma ação movida pelo Ministério Público e suspendeu os efeitos da lei.
A campanha tucana, por sua vez, critica a suposta intenção do PT de acabar com as parcerias com as organizações sociais na saúde, negada por Haddad.
O candidato do PSDB, que participou de debate na Rede Nossa São Paulo, no Sesc Consolação, centro da cidade, também rebateu críticas feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final de semana. Segundo Lula, o tucano “ em aquele bico bonito, mas é predador”.
“Se eu for comentar os ataques do Lula não faço outra coisa. Ele é o maior ‘atacador’ do Brasil. Na verdade, eles PT fazem a velha estratégia. Eles jogam baixo e acusam o outro de jogar baixo. O Lula é especialista nisso”, disse.
Para o tucano, o fato de o PSDB ter conseguido 16 minutos em direito de resposta ao candidato no horário eleitoral de Haddad demonstra como “eles [PT] jogam baixo”.
Ainda sobre Lula, Serra disse que o ex-presidente “fala uma coisa dependendo do lugar onde está”. Em Diadema, Lula se mostrou contrário ao “novo” e favorável à manutenção do prefeito de Diadema, Mácio Reali.
“Em Diadema, o Lula disse algo que não se aplica bem à eleição de Diadema. Por lá, realmente já representa o “velho”. O “velho” não no sentido de idade, que é secundário. O velho no sentido de ideia. De prática de governo. Mas sem dúvida nenhuma, ele sublinhou a importância que é a experiência e o currículo nesta matéria. Só que não faz isso para São Paulo porque isso me favorece. Isso prejudicaria o seu candidato. Dependendo do lugar, ele diz uma coisa”, afirmou o tucano.
Propostas
Para reduzir a dívida da cidade, defendeu que seja indexada apenas pela taxa Selic. Também propôs que seja ampliado o limite de endividamento da cidade e o acesso do município a empréstimos do BNDES e bancos intrrnacionais.
Na area de saúde, Serra defendeu a proposta de adocão de fila única para cirurgias eletivas, que somada aos mutirões, pode, segundo ele, diminuir tempo de atendimento para consultas exames e cirurgias.
