SABRINA BEVILACQUA
Direto de São Paulo
Candidatos à prefeitura de São Paulo reforçaram compromisso com a plataforma Cidades Sustentáveis e apresentaram projetos para São Paulo durante encontro promovido pela Rede Nossa São Paulo, no Sesc Consolação. Fernando Haddad (PT) e Serra (PSDB) responderam separadamente a perguntas feitas por grupos de trabalho da organização sobre áreas de interesse como educação e saúde.
Descentralização – Fernando Haddad, o primeiro a falar, disse que vai romper com a forma como são escolhidos os subprefeitos da cidade. Para ele, os subprefeitos têm de ter conhecimento do bairro, capacidade de gestão e liderança e alinhamento com o programa político definido para a cidade. "A seleção terá de ser bem-feita e com pessoas de diferentes corporações."
Serra, entre várias observações, salientou que é preciso abordar com cautela a questão. Lembrou que na gestão petista da cidade as subprefeituras eram loteadas politicamente. Disse defender a descentralização, mas ressaltou que ela não pode implicar loteamento político. Afirmou que vai contratar organização para criar metas e processos que levem as subprefeituras a reduzir o tempo de atendimento das demandas da população. "Não dá para uma subprefeitura demorar dois anos para cortar uma árvore. Temos de impor metas."
Educação – Haddad criticou o que considera a falta de um plano de educação para o município. Entre suas propostas para a educação e cultura ele destacou a escola em período integral. Em um turno as aulas seriam na escola e no outro em espaços públicos e museus. "A criança fica exposta ao conhecimento nos dois turnos."
Já Serra lembrou que o PT foi o responsável pela redução da verba da educação de 30% para 25% do PIB. Prometeu aumentar o investimento na área em 1% ao ano caso consiga renegociar a dívida do município.
Na área da cultura, entre as propostas de Serra está a transformação do Vale do Anhangabaú "em uma grande praça da cidade, um local de convívio e de realização de eventos" e a criação de três museus: o do automóvel, o da canção e o da moda.
Atendimento – Na área da saúde, Haddad garantiu que não vai acabar com os contratos da prefeitura com organizações sociais. "O Serra diz que vou acabar com as parcerias, mas, para mim, elas são bem-vindas. Você não vai achar uma entrevista que eu tenha dados nos últimos dois meses falando um absurdo desse."
Para ele, o grande problema do sistema de saúde na cidade é a gestão. Para resolver a questão, além da construção de três novos hospitais ele prometeu investir em transparência de informações.
Durante sua exposição, Serra disse que, apesar da negativa de Haddad, o petista pensa mesmo em acabar com contratos com as organizações sociais. Disse que vai investir em maior integração e colaboração entre Estado e município para melhorar a saúde. Para ele, isso vai ajudar a potencializar a estrutura que já existe, mas que é mal utilizada. A integração, segundo ele, levaria a uma melhor utilização de equipamentos e reduziria filas. Existem unidades na cidade em que os equipamentos estão ociosos, segundo o candidato.
Habitação e mobilidade – Sobre o tema, Haddad considerou importante incentivar o uso misto da cidade, geração de empregos, moradia e serviços em uma mesma região. Ele disse que vai investir em medidas como redução de ISS e IPTU nas regiões de grandes vias como a Cupecê, Jacu Pêssego, Marginal Pinheiros e Marginal Tietê para atrair empresas para esses locais. Além disso, pretende verticalizar o centro trazendo mais moradia para a região.
Quando questionado sobre projetos na área da habitação, Serra defendeu a "transformação de favela em bairro, com asfalto, saneamento, escola e unidades de saúde". Para ele, a questão tem de ser tratada de duas maneiras diferentes: "Quem mora em área de risco tem de ter casa e quem não mora nessas áreas tem de ter acesso à regularização do imóvel."