Serra e Haddad são sabatinados pela sociedade civil

Evento promovido pela Rede Nossa São Paulo foi centrado em propostas e metas para a próxima gestão da cidade. Questões apresentadas pelos grupos de trabalho envolveram seis áreas da administração

Airton Goes airton@isps.org.br

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT), participaram de encontro promovido nesta segunda-feira (22/10) pela Rede Nossa São Paulo. No evento, os dois concorrentes responderam perguntas elaboradas pelos grupos de trabalho (GTs) da Rede em seis áreas da administração municipal. Em todos os questionamentos, o objetivo foi que ambos apresentassem suas ideias e metas para a próxima gestão.

Clique aqui para conhecer as perguntas apresentadas aos candidatos pelos grupos de trabalho (GTs) da Rede Nossa São Paulo – para ambos os questionamentos foram os mesmos.

Antes do início da sabatina, o coordenador geral da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew, alertou: “Tudo que for apresentado aqui [pelos candidatos] terá, depois, que ser transformado em metas, como prevê a Lei de Metas.”.

Veja três dos temas discutidos e as respostas de Serra e Haddad:

1– Descentralização administrativa e fortalecimento das subprefeituras

“Quero deixar claro que pretendo romper com o modelo atual. Dificilmente, numa boa seleção, você irá selecionar 30 pessoas da mesma corporação. Isso é sinal de quem tem alguma coisa errada”, disse Fernando Haddad, mencionando o fato de quase todos os atuais subprefeitos serem coronéis da PM.   

“Meu compromisso com as subprefeituras é não lotear os cargos. Essa é uma condição para a descentralização. Quero o padrão Poupatempo para todas as subprefeituras. Hoje demora dois anos para cortar uma árvore, tem que demorar dois meses”, respondeu José Serra.

2 – Dívida da cidade de São Paulo com a União

“A dívida não é amortizável pela dinâmica atual. Há uma discrepância entre o que a prefeitura paga de correção e o que a União paga para se financiar. Se na época em que foi renegociada a dívida, a forma de correção [IGP-DI + 9%] tinha sentido, hoje não tem mais. A troca do indexador é fundamental e quero também a parceria com o Governo Federal para outros investimentos na cidade.” – Fernando Haddad.

“A dívida com o Governo Federal é de aproximadamente de R$ 50 bilhões. A taxa que a prefeitura paga é de 17% [ao ano de correção]. A cidade está sedo extorquida. Temos que levar essa questão para a opinião pública. A taxa tem que ser a Selic [atualmente de 7,25% ao ano] mais uns 2% daqui em diante e retroativamente. Isso significaria que o estoque da dívida cairia de R$ 50 bilhões para R$ 30 bilhões.” – José Serra.

3 – Atendimento à saúde

“Considero a saúde o principal problema da cidade. As parcerias com O.Ss. são bem-vindas. Entretanto, o Tribunal de Contas do Município está solicitando mais transparência. O que existe é um problema de gestão. Hoje se gasta três vezes mais em saúde e a população não consegue perceber mudança de qualidade. Tem que ter mais leito em São Paulo. Vamos construir três novos hospitais e, com o programa Rede Hora Certa, os ambulatórios irão receber equipamentos de exames de imagens e pequenos centros cirúrgicos para desafogar os hospitais e acaba com as filas.” – Fernando Haddad

“Uma medida fundamental é a integração Estado e Prefeitura. O projeto Mãe Paulistana é algo que deu muito certo em São Paulo e pretendemos, agora, ampliar o atendimento da criança, de um [ano] para três anos. Para consultas, exames e cirurgia, hoje São Paulo tem equipamentos suficientes para atender bem a população, mas o que acontece é que tem equipamentos ociosos. É preciso avançar nesta questão [utilizar melhor os equipamentos]. No caso de cirurgias eletivas, aquelas em que não há urgência de serem realizadas, pensamos em implantar fila única.” – José Serra

Realizada no Sesc Consolação, a sabatina com os candidatos foi mediada por Milton Jung, âncora da Rádio CBN.

Veja o que saiu na mídia sobre o encontro com candidatos a prefeito

 

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