“São Paulo não se preparou para temporada de chuvas” – Metro

Obras atrasadas. Piscinões ficaram no papel e verba para áreas de risco não foi gasta

O paulistano deve enfrentar mais um verão com ruas e avenidas alagadas. Das 10 obras previstas no Plano de Metas de Gilberto Kassab (PSD) para reduzir os estragos causados pelos temporais, e que deveriam estar prontas até dezembro, apenas três foram concluídas.

Além disso, dos R$ 112 milhões previstos para obras de contenção em 407 áreas de risco existentes na capital, apenas R$ 25 milhões foram liberados.

O pacote de obras que será herdado por Fernando Haddad (PT) inclui piscinões nas zonas leste e sul – hoje são 16 reservátorios–, melhorias em galerias e ampliação da vazão de córregos que transbordam durante o período das chuvas. O novo prefeito ainda terá de criar dois parques na área de várzea do Tietê para reduzir o volume de água que chega ao rio na região de São Miguel. Kassab só entregou uma área com 246 mil metros quadrados.

As obras que não foram feitas melhorariam a situação do paulistano em regiões como o Vale do Anhangabaú os bairros de Pinheiros, Aricanduva, Vila Mariana e Jabaquara.

Entre 2008 e 2011, a atual administração não chegou a utilizar, em nenhum dos anos, todo o montante previsto para obras antienchentes. Em 2011, dos R$ 207,6 milhões previstos, só foram gastos R$ 120,4 milhões (58%). Para o diretor de engenharia hidráulica do Instituto de Engenharia, João Jorge da Costa, a capital precisa de um plano de drenagem para reduzir as enchentes. Segundo ele, medidas como ampliação das calhas dos rios logo não surtirão mais efeito. “A calha do Tietê chegou no limite, não é possível mais ampliá-la. Mais uma vez, a cidade não está pronta para o período de chuvas.”

Licitações preveem R$ 750 mi em obras

Na reta final de sua administração, o prefeito Gilberto Kassab lançou um pacote de R$ 750 milhões para obras antienchentes.

As obras não estão entregues em fase de licitação. Além delas, estão na lista a construção de oito piscinões e de galerias subterrâneas, cujo objetivo é melhorar o sistema de escoamento.

As licitações ainda preveem a construção de parques lineares nas áreas de várzea, conjuntos habitacionais para retirar a população que hoje ocupa áreas de risco. O pacote concentra boa parte das iniciativas na bacia do rio Aricanduva, na zona leste, e no córrego Zavuvus, na região de Americanópolis, zona sul.

A previsão da atual administração é de que o pacote de obras seja concluído apenas em 2016, último ano do governo Fernando Haddad.

METRO

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