Secretário alega que projetos não andaram no ritmo esperado; novas obras deverão ter, no máximo, R$ 3 bilhões
O Estado de S.Paulo
Os investimentos da Prefeitura de São Paulo em 2012 não chegaram à metade do volume de recursos previstos para novas obras na cidade até o dia 31 de dezembro. Dos R$ 6 bilhões demarcados no orçamento para projetos inéditos, no máximo R$ 3 bilhões serão gastos pelo governo municipal até o fim do ano, conforme admitiu ontem o secretário municipal de Planejamento, Rubens Chammas.
Até ontem, as verbas empenhadas em investimentos somavam R$ 2,7 bilhões. Do total de R$ 38,7 bilhões de receitas estimadas para serem movimentadas pelo governo ao longo do ano, no máximo R$ 36,5 bilhões serão executadas. O secretário citou o atraso de programas e projetos prometidos pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) na sua campanha à reeleição em 2008 para justificar a aplicação de só metade do que havia sido estimado em setembro de 2011.
"Alguns projetos não andaram no ritmo que a gente esperava, como a reurbanização da região da Água Espraiada e a construção do túnel (até a Rodovia dos Imigrantes) e dos três hospitais. Também muitos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para projetos prontos, ainda não foram repassados (para o governo municipal)", argumentou o secretário.
Chammas participou ontem na Câmara Municipal da primeira audiência para discutir com a população o orçamento de 2013, projetado em R$ 42,1 bilhões. Mesmo com a previsão de fechar o ano em no máximo R$ 36,5 bilhões, ele defendeu a previsão atual para o orçamento de 2013, com previsão de crescimento de R$ 5,6 bilhões.
"A estimativa é uma estimativa. Essa é a lógica da proposta orçamentária", declarou o secretário. Chammas também foi duramente criticado por líderes de movimentos ligados à Cultura – o orçamento da área foi reduzido em 7% para o próximo ano. "Tem de se olhar o orçamento como um todo, e não só o da Secretaria de Cultura. Temos verbas do Fundurb (Fundo de Desenvolvimento Urbano) para projetos importantes como a construção da Praça das Artes."
Revisão. Para o governo de transição do PT, a atual gestão inflou em pelo menos R$ 3 bilhões a projeção de receitas para 2013, estimada em R$ 42,1 bilhões. "É uma expectativa de crescimento que não se justifica para 2012. E eles (gestão atual) estão errando a conta todos os anos. Nós não podemos fazer uma projeção errada no primeiro ano de governo, para não criar com isso uma falsa expectativa na população", afirmou Francisco Chagas (PT), que integra a Comissão de Finanças e Orçamento do Legislativo.
Com receitas próprias, a equipe do prefeito eleito Fernando Haddad (PT) estima um orçamento de cerca de R$ 39,1 bilhões, acrescido de mais R$ 1 bilhão de recursos extras que devem chegar via governo federal. / D.Z.