Posto de saúde na Vila Industrial (zona leste) tem apenas um clínico-geral para atendimento à população
Sem profissionais, enfermeiras fazem trabalho de médicos; secretaria diz que tenta completar quadro
DO “AGORA”
Os moradores da Vila Industrial, na zona leste, têm sofrido para conseguir atendimento médico e marcar consultas no posto de saúde do bairro.
Na UBS (Unidade Básica de Saúde) Iguaçu, perto da divisa com Santo André (ABC), só há um clínico-geral para atender à população.
Devido à falta de profissionais, as enfermeiras do posto passaram a fazer o atendimento médico inicial. Para quem quer agendar uma consulta, a espera é de até seis meses.
A unidade cobre seis regiões do bairro. Segundo o Programa Saúde da Família, o correto seria que ela tivesse um clínico para cada região, ou seja, seis profissionais.
Segundo apurou a reportagem, um dos médicos da unidade está de licença e outro está de férias. Outros três precisariam ser contratados.
Por conta do problema, funcionários afirmam que as enfermeiras ficam responsáveis por consultas, encaminhamento de pacientes para exames e análise de exames -obrigações dos médicos.
A falta de clínicos acaba adiando ainda a consulta com especialistas, já que as enfermeiras não fazem esse encaminhamento, de acordo com funcionários e pacientes.
A dona de casa Rosana dos Anjos, 56, afirma que precisa passar no ginecologista, mas há seis meses tenta marcar consulta com um clínico-geral e não consegue. "Minhas guias vão vencer, não consegui passar no médico e eles não dão previsão de quando serei atendida", diz.
Além disso, a agenda do posto está fechada -o que é irregular, segundo o prefeito Gilberto Kassab (PSD) disse em entrevistas anteriores.
Segundo funcionários, a agenda será aberta no próximo dia 20, para marcação de consultas em janeiro -também com enfermeiras, caso o quadro não seja preenchido.
A falta de médicos na UBS Iguaçu persiste há quase um ano, diz a dona de casa Ana Marcelino, 47. "Desde maio aguardo para fazer um exame. Antes disso, esperei três meses para passar no médico", afirma.
OUTRO LADO
A Secretaria Municipal da Saúde diz trabalhar para completar o quadro de médicos. Em nota, a pasta afirma que a falta de profissionais "vai além do salário, [está] relacionada à formação dos médicos, distribuição dos profissionais e financiamento da saúde pública". Mesmo assim, afirma que conseguiu ampliar o número de profissionais na rede.
A pasta não falou sobre o atendimento das enfermeiras.
(TATIANA CAVALCANTI)