“Paulistanos avaliam o trânsito” – SPTV 1ª Edição

 


Pesquisa do Movimento Nossa São Paulo e do Ibope mostra que paulistanos deram nota 3 para o trânsito, numa escala de 0 a 10.

Que nota você daria para o trânsito de São Paulo? Essa pergunta foi feita pelo Movimento Nossa São Paulo e pelo Ibope em numa pesquisa que acaba de ser divulgada.

O trânsito ganhou nota 3, numa escalada de 0 a 10. A pesquisa revela ainda que aumentou o número de pessoas que usam o transporte público, mas também aumentou o número de motoristas nas ruas. Mais gente está usando o carro.

Marginal Tietê, a via mais lenta da capital é também a mais poluída, mais barulhenta e mais estressante.

“Você tem boas lembranças aí do tempo paradinho na marginal?”, pergunta o repórter.

“Não, nem um pouco. Ainda mais com a chuva caindo forte, rio subindo”, diz o engenheiro André de Castro.

Para 92% dos paulistanos a poluição é um problema grave.

“Respira fundo, respira”, diz o repórter.

“Ah, não é muito bom, não. Poluição é grande né?”, diz o comerciante Alexandre Gonçalves.

A poluição afeta mesmo o organismo. Segundo o laboratório de poluição da Faculdade de Medicina da USP, as avenidas concentram maior quantidade de poluição e ficar parado nesses "pontos negros" aumenta o risco de infarto, doenças respiratórias e até câncer.

“A nossa conta é um cigarro para cada duas horas no trânsito. Então quando você foi e voltou pra casa, você fumou entre um cigarro e meio a dois cigarros sem saber. Não é como ser um fumante, mas eu posso dizer que se existe uma lei anti-fumo, que está sendo implementada, também devia existir uma lei anti-carro, você não acha?”, diz Paulo Saldiva, médico do Laboratório de Poluição da Faculdade de Medicina da USP.

Só que do ano passado pra cá, aumentou para 50% o número de paulistanos com carros e cresceu também o número dos que usam o transporte público todos os dias.

O campeão de adesões foi o metrô com 13% a mais de gente. Está tudo muito cheio, mas o pior é que todo mundo gasta em média 2h43 por dia nas idas e vindas de casa pro trabalho e do trabalho pra casa. “Eu sou um desses paulistanos que passa tanto tempo no trânsito e a gente não tem tempo pra nada”, afirma um rapaz.

“Perde muito tempo, cara, uma hora, duas horas. Muito tempo mesmo”, afirma um motorista.

Duas horas e quarenta e três minutos. “Muitas horas aqui, muito combustível gasto, paciência”, diz uma jovem.

Haja paciência! Na verdade é tanto tempo que fica ate difícil calcular o que é possível fazer.

“O que eu faria com 2h40 de tempo livre? Ficaria com a família, né? Descansaria também”, diz o taxista Carlos Alberto Ramos.

E se, como assim num passe de mágica, o paulistano tivesse esse tempo todo gasto no trânsito de volta para fazer qualquer coisa: passear, ir às compras, ao cinema, ler um livro, encontrar a família, fazer qualquer coisa. Será que alguém iria dar um passeio na marginal?

“Ah, claro que não, claro que não”, diz um senhor.

Claro que não, não do jeito que está, mas o paulistano é mesmo otimista. Segundo a pesquisa, 89% são favoráveis à ampliação da marginal Tietê.

“De início, ela complica um pouco o trânsito de São Paulo que já é caótico, né? Que já bem caótico, mas é uma alternativa que vai ser boa pro paulistano”, diz um rapaz.

Otimistas, mas realistas – se 56% pudessem escolher, optariam por investir os recursos no transporte coletivo. “Estou pagando pra ver, vamos ver o q q vai ser, mas acho q vai melhorar, sim”, diz uma jovem.

Os entrevistados estão divididos sobre a restrição à circulação dos fretados. Metade é a favor e metade é contra. São 52% são favoráveis ao rodízio de dois dias e 74% são contrários ao pedágio urbano.

 

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