Danielle Villela, Diego Cardoso, Luciano Bottini Filho e Renato Vieira
O preço é salgado para amenizar os problemas de transporte na capital: R$ 42,9 bilhões, um terço do valor de todas as outras áreas levantadas pela reportagem. O custo é alto, mas os paulistanos não seriam os únicos beneficiados – nesse pacote estão incluídos outros municípios da região metropolitana. Ele contém os R$ 29,9 bilhões planejados para instalar mais 30 km de linhas de metrô e ainda os R$ 9,4 bilhões necessários para revitalizar a estrutura existente e expandir a atuação da CPTM. A previsão de investimento, feita pela Secretaria de Transportes Metropolitanos, vai até 2015.O pacote para a região metropolitana é caro, mas importante para resolver os problemas de transporte da capital.
“Temos um trânsito significativo vindo de fora. Se essas pessoas pegassem trem, fluiria bem melhor. Políticas integradas são importantes”, diz Rodrigo Moita, professor do Insper. Porém, o especialista afirma que medidas de curto prazo são necessárias para amenizar a lentidão. “Uma alternativa é o ônibus. Seria importante criar faixas exclusivas.”
As vias só para transporte coletivo – outra solução para melhorar a mobilidade em São Paulo – também estão no pacote e custariam a partir de R$ 2 bilhões. Esse valor paga os 68,5 quilômetros de corredores propostos pela Prefeitura em regiões como a Radial Leste, Itaquera, Campo Limpo e Santo Amaro. Segundo a Secretaria Municipal de Transportes, as obras, que podem variar de preço de acordo com a complexidade, “estão em fase de pré-qualificação das empresas”.
Para fechar os R$ 42,9 bilhões estão incluídos os subsídios extras que a Prefeitura vai oferecer para o Bilhete Único Mensal. O valor deve chegar a R$ 400 milhões anuais – logo, em uma gestão do novo prefeito, o executivo municipal vai investir R$ 1,6 bilhão. “É uma medida financeira. Não oferece mais capacidade no sistema, mas traz uma vantagem para o usuário”, comenta Nelson Maluf, consultor em transportes.
Em nota, o coordenador da equipe de transição, Antonio Donato, afirma que serão tomadas medidas para ampliar os corredores de ônibus e implantar o Bilhete Único Mensal no primeiro ano de gestão de Haddad. /COLABORARAM BÁRBARA FERREIRA SANTOS E ÉRICA TERUEL