Entrevistados deram nota 4,7 à qualidade de vida na cidade e 56% a deixariam
ARTUR RODRIGUES – O Estado de S.Paulo
Nove em cada dez paulistanos acham que vivem em uma cidade pouco ou nada segura. A avaliação faz parte de pesquisa da Rede Nossa São Paulo, realizada pelo Ibope e divulgada ontem, sobre a qualidade de vida na capital.
Feita com 1.512 pessoas no fim do ano passado, aponta a segurança pública entre as maiores preocupações. O porcentual dos que acham a cidade insegura subiu de 89%, em 2011, para 91%, em 2012. De 1 a 10, a nota média dada ao quesito foi a menor desde o início da medição, em 2009 – caiu de 3,9 em 2011, para 3.
O motivo mais citado foi a "violência em geral". Depois, "assaltos" e "medo de sair à noite". Para 60%, tanto a Polícia Militar quanto a Civil não são confiáveis. Entre os órgãos avaliados, só a Câmara Municipal, com 69% de reprovação, e o Tribunal de Contas do Município (64%), tiveram resultado pior. Mesmo parte da PM, o Corpo de Bombeiros é confiável para 88%.
"A população tem medo da polícia. Não sabe de que lado o policial está e sente falta da presença do Estado e de qualidade nos equipamentos e serviços públicos", diz o coordenador da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew.
A solução mais mencionada pelos entrevistados foi combater a corrupção na polícia e nos presídios. Em seguida, vêm criar oportunidades para jovens de baixa renda e aumentar o número de policiais. A população também está insatisfeita com as rondas escolares nos bairros. A nota foi 3,6 – 12% menor que a de 2011.
Envolvida em episódios de truculência, a Guarda Civil Metropolitana não teve resultado muito melhor – não é confiável para 56% dos entrevistados.
De 1 a 10, a nota para qualidade de vida na cidade foi 4,7. É a pior média desde que a pesquisa começou, há quatro anos. Como na última edição, 56% dos entrevistados afirmaram que mudariam da cidade se pudessem. Dos 169 itens avaliados, 82% tiveram resultados negativos. Entre eles, estão Educação, com nota média de 4,8 – em 2011, era 5. A avaliação de Saúde também piorou: caiu de 5,1 para 4,8.