SESC Consolação – 17Jan/2103
A pesquisa IRBEM da Rede Nossa São Paulo/ Ibope, sobre a satisfação dos moradores com a qualidade de vida na cidade, trouxe números preocupantes: os indicadores de 25 setores analisados pioraram em 2012, em comparação com o ano anterior. 82% dos 169 itens consultados ficaram abaixo da média mínima aceitável. Para reverter isso, o prefeito Fernando Haddad conclamou a população para um diálogo contínuo.
O IRBEM – Indicadores de Referência do Bem-Estar no Município 2012, se propõe a levantar e monitorar indicadores sobre a satisfação com a qualidade de vida, condições de moradia e avaliação de serviços e de instituições públicas. Essa pesquisa, feita pelo 4º ano consecutivo, foi realizada de 24/Nov a 08/Dez/2012, em um total de 1512 entrevistas com pessoas de 16 anos ou mais.
Márcia Cavalari, diretora do Instituto Ibope de pesquisa, apresentou slides sobre a situação de 25 áreas envolvendo aspectos de qualidade de vida. E em todos houve uma queda no nível de satisfação da população. Dos 169 itens que compõem a pesquisa dentro daquelas 25 áreas, 82% tiveram notas inferiores à média mínima estipulada, que foi 5,5. Entre os 169 aspectos, o pior avaliado foi, no setor Transparência e Participação Política, o item honestidade dos políticos.
A qualidade de vida na cidade ficou com a nota média geral de 4,7, que é inferior à média de 2011 (4,9) e de 2010 (5,0). "Se fosse numa escola, a cidade não passaria de ano", brincou Márcia Cavalari. Quanto aos serviços oferecidos, Márcia destacou o serviço público de saúde: "Quando se consegue o serviço, a avaliação é até boa. A dificuldade é ter acesso aos serviços", afirmou. A pesquisa mostrou no setor público uma demora média de 66 dias para consultas, 86 dias para exames e 178 dias para cirurgias.
Prefeito Haddad.
Jovens do Instituto Tide Setubal.
O prefeito Haddad e a vice-prefeito Nádia Campeão chegaram logo após essa apresentação, e ouviram de Oded Grajew e Maurício Broinizi, ambos da Rede Nossa São Paulo, palavras objetivas sobre a urgência na reversão desse quadro. "Não dá mais para aceitar a mediocridade", afirmou Broinizi, enquanto Grajew elencou os itens negativos mais expressivos captados pela pesquisa IRBEM, mostrando ao prefeito que "alguma coisa anda muito errada" na cidade.
O prefeito Fernando Haddad afirmou a todos que está fazendo reuniões diuturnas para identificar os gargalos que podem emperrar o cumprimento de suas propostas. E disse que o Programa de Metas que será enviado à Câmara em Março guardará coerência com as propostas de campanha. Além das tradicionais parcerias público-privada e público-publica, Haddad inovou ao mencionar a parceria público-comunitária, que pretende trazer a população para mais perto da administração.
Dando o exemplo de uma longa viagem de carro com a família, ele disse que é imprescindível manter uma comunicação constante com as pessoas, e não errar o caminho, sob pena de não chegar ao seu destino. "Dá conforto saber que as coisas estão no rumo certo e no ritmo aceitável", afirmou. "É preciso ganhar a batalha da comunicação, que é o diálogo, é fazer chegar à população os constrangimentos", se referindo as dificuldades enfrentadas pelo poder público para executar projetos, seja por falta de recursos, seja por óbices jurídicos, burocracias, questões ambientais, etc. "O estado está desaparelhado para fazer avançar com agilidade os processos", afirmou Haddad, e "a sociedade precisa saber o que está acontecendo, o que está emperrando, para ajudar na solução". Haddad concluiu afirmando: "Tenho consciência da fragilidade de estar à frente do Executivo sem contar com o apoio da população".