Cidade recebeu a pior avaliação em quatro anos, segundo a ONG Rede Nossa São Paulo; 82% dos paulistanos estão insatisfeitos com a qualidade de vida
Letícia Cislinschi
A cidade de São Paulo é pouco ou nada segura para se viver para mais de 90% da população, de acordo com uma pesquisa feita pela ONG Rede Nossa São Paulo. Numa escala de 0 a 10, a nota atribuída pelos moradores para essa área foi 3. No ano passado, esse índice era um pouco melhor: 3,9.
A pesquisa também questionou quais são os maiores temores do paulistano. A violência foi o quesito mais lembrado, com 71%. Em seguida, foram mencionados o medo de ser assaltado (63%) e sair no período da noite (40%). Para os entrevistados, o combate à corrupção dentro da polícia e nos presídios é a principal medida sugerida para melhorar a segurança na cidade.
Os entrevistados também opinaram sobre a qualidade de vida da população: 82% disseram estar insatisfeitos com a atual condição. A nota para essa área foi 4,7, a pior média desde 2009. Foram considerados 25 temas como lazer, cultura, educação, saúde, além de aparência estética e relações humanas.
O questionário também incluiu perguntas sobre saúde: 76% dos entrevistados afirmaram que utilizaram a rede pública no último ano – a maioria com atendimento ambulatorial. Nessa área, dos 14 itens pesquisados, 9 ficaram abaixo da média, entre eles a humanização dos postos e hospitais, a facilidade de agendar consultas e exames, e o tempo médio entre a marcação e a realização das consultas – que chega a 66 dias. Para procedimentos médicos mais complexos, o tempo de espera médio é de 178 dias.
Confiança – Os aspectos relacionados à transparência política da administração municipal continuam sendo mal avaliados: a honestidade dos governantes recebeu nota 2,9. A transparência dos gastos e investimentos públicos ficou com nota 3, e a punição de políticos corruptos marcou 3,1.
A ONG entrevistou 1.512 moradores da cidade no período de 24 de novembro a 8 de dezembro do ano passado.