SABRINA BEVILACQUA
Direto de São Paulo
Cresce a insatisfação do paulistano com a qualidade de vida na cidade. Pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela organização Nossa São Paulo e pelo Ibope mostra que a sensação dos moradores em relação a todas as áreas analisadas piorou em 2012 com relação ao ano anterior. O medo da violência é crescente e 56% dos 1.512 entrevistados disseram que gostariam de deixar São Paulo.
Segundo o estudo, apenas 38% dos moradores de São Paulo notaram uma melhora na qualidade de vida. No ano anterior esse índice era de 44%. A média geral dos Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem) este ano foi de 4,7, a pior desde 2009.
Das 25 áreas analisadas, apenas quatro alcançaram pontuação acima de 5,5 – a escala vai até 10. As que passaram na média estabelecida pelo estudo foram: relações humanas, tecnologia da informação,religião e espiritualidade e trabalho – as mesmas do ano anterior. O aspecto mais bem avaliado foi o das relações humanas, com 6,5. O pior foi o da transparência e participação política.
"Quando a população da cidade mais rica do País vive com medo, espera dois meses para ser atendida por um médico, não confia nos órgãos públicos, temos um problema. Isso mostra que a cidade quer mudanças", afirma o coordenador do Nossa São Paulo, Oded Grajew.
O prefeito Fernando Haddad, que também participou do evento, destacou a necessidade de capacitação da máquina publica para "dar respostas mais rápidas e sustentáveis para que a administração possa concretizar os projetos". Ele reafirmou o compromisso de campanha de realizar discussões anuais com a sociedade civil sobre as metas para a cidade.
Haddad disse que quer estabelecer uma comunicação direta com a população para explicar gargalos e dificuldades e entender as necessidades. "Ganhar a batalha da comunicação não é propaganda na TV. Além de concretizar projetos, é preciso dialogar com a população para mudar a percepção que ela tem sobre isso."
Segurança – A pesquisa também aponta o aumento da sensação de insegurança na cidade. Foi o pior resultado dos últimos quatro anos. 91% dos entrevistados disseram se sentir pouco ou nada seguros na cidade. Na questão "medo de sair à noite", o porcentual dos que disseram ter receio dobrou de 2011 para 2012, chegando a 41%. A grande maioria (71%) disse ter medo de "violência em geral" e 63% afirmaram temer serem vítimas de "roubos e assaltos".
Para melhorar essa situação, as principais sugestões apontadas pelos moradores foram o combate à corrupção na polícia e nos presídios e a criação de empregos para jovens de baixa renda.